Desmatamento em áreas protegidas na Amazônia atinge menor taxa em nove anos
Taxa de desmatamento ainda equivale à destruição de 1,2 mil campos de futebol
Na Amazônia Legal, áreas protegidas registraram o menor índice de desflorestamento em nove anos, com taxa equivalente à destruição de 1,2 mil campos de futebol de floresta por dia, resultando em uma redução de 62%.
As áreas protegidas contra desmatamento na Amazônia registraram o menor índice de desflorestamento em nove anos. Segundo dados do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), apesar da redução considerável, a taxa de desmatamento ainda equivale à destruição de 1,2 mil campos de futebol de floresta por dia.
Em novembro de 2023, o desmatamento na Amazônia teve a maior queda do ano, registrando 116 km² derrubados, uma redução de 80% em relação a 2022. O acumulado de janeiro a novembro apresentou uma redução de 62%, totalizando 3.922 km² em 2023.
Na COP 28, em dezembro de 2023, a sociedade científica e civil pressionou líderes globais por maiores reduções nas emissões de gases do efeito estufa para combater o aquecimento global e eventos climáticos extremos. Em nota para o (Imazon), o pesquisador Carlos Souza Jr, explicou que no Brasil, o foco é eliminar o desmatamento na Amazônia.
“Acabamos de acompanhar mais uma Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP 28, onde as sociedades científica e civil pressionaram por maior redução das emissões de gases do efeito estufa para conseguirmos frear o aquecimento global e os eventos climáticos extremos que estão relacionados a ele. No Brasil, isso significa prioritariamente acabar com o desmatamento na Amazônia, que foi responsável pela maior parte das emissões do país no ano passado”, explicou Carlos Souza Jr.
Em declarações públicas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que uma das metas de seu governo é alcançar o desmatamento zero na Amazônia até 2030. Na ocasião, ele solicitou a colaboração de governadores e prefeitos locais para atingir esse objetivo.
Amazônia Legal
A região da Amazônia Legal abrange 59% do território brasileiro, incluindo nove estados (Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins e uma porção do Maranhão).
Além do desmatamento, que envolve a remoção total da vegetação nativa, o Imazon monitora a degradação florestal causada por queimadas ou extração madeireira, resultando em danos parciais nas áreas afetadas. Somente no mês de novembro de 2023, a degradação na Amazônia passou de 739 km² em 2022 para 1.566 km² em 2023, representando um aumento de 112%.
Dentre os estados que fazem parte da Amazônia Legal, o mais impactado pela degradação ambiental foi o Pará, responsável por 70% desse dano, seguido por Maranhão (12%), Amazonas (8%), Mato Grosso (6%) e Rondônia (4%). Apesar disso, no acumulado de janeiro a novembro, a degradação diminuiu de 9.127 km² em 2022 para 5.042 km² em 2023, representando uma redução de 45%.
Tecnologia Imazon
O sistema SAD (Sistema de Alerta de Desmatamento) do Imazon utiliza satélites como Landsat 7 e 8 da NASA e Sentinel 1A, 1B, 2A e 2B da Agência Espacial Europeia (ESA) para detectar áreas desmatadas. Desenvolvido em 2008, o programa monitora mensalmente o ritmo da degradação florestal e do desmatamento na região, com uma capacidade de observar a mesma área a cada 5 a 8 dias.