Efeito G20: com Santos Dumont fechado, 60 mil passageiros são transferidos e fluxo no Galeão aumenta em 87%
Aeroporto doméstico do Rio fechará durante os dias 18 e 19 de novembro, quando ocorre a reunião de Cúpula do G20
Às margens da Baía de Guanabara, o Museu de Arte do Rio (MAM) será o cenário da reunião de Cúpula do G20 nos dias 18 e 19 de novembro. A pouco mais de 500 metros dali, o Aeroporto Santos Dumont fechará durante o período para evitar o fluxo no local. A decisão vai impactar cerca de 60 mil passageiros que terão seu voo remanejado para o Aeroporto Internacional Tom Jobim. No Galeão, o aumento deverá chegar a 87% em voos se comparado ao mesmo período no ano passado.
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Desde o ano passado, o Santos Dumont só opera em trajetos para São Paulo, Brasília e Belo Horizonte. A decisão atendeu a um pedido da Prefeitura do Rio de Janeiro, em uma tentativa de diminuir o esvaziamento do Galeão, reformado e ampliado durante a Rio-2016 por R$ 2 bilhões.
Um ano depois, o Aeroporto Internacional Tom Jobim se prepara para operar quase em lotação máxima. Isso porque o Ministério dos Portos e Aeroportos decidiu fechar o Santos Dumont para voos domésticos durante os dias 18 e 19 de novembro, quando ocorre a reunião de Cúpula do G20 com a presença de importantes líderes mundiais.
Além do presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, também estarão presentes o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e Xi Jinping, líder da China. A expectativa é reunir 120 mil participantes, sendo 270 ministros e vice-ministro estrangeiros, além de seis vencedores do Prêmio Nobel --Serge Haroche (Física, 2012); May-Britt Mosser (Medicina, 2014); David MacMillan (Química, 2021); Richard Roberts (Medicina e Fisiologia, 1993); Nadia Murad (Paz, 2018); e Kip Thorne (Física, 2017).
Portanto, por medida de segurança, o aeroporto, localizado no centro da capital fluminense, só receberá aeronaves à serviço do G20 e previamente autorizadas.
"A suspensão temporária dos voos foi necessária diante das restrições de mobilidade nas proximidades do Museu de Arte Moderna. A Prefeitura do Rio de Janeiro planejou, em coordenação com órgãos federais, a operação das vias de acesso ao Aeroporto Internacional Tom Jobim (Galeão) para evitar transtornos de trânsito à população", explica nota enviada pelo Ministério dos Portos e Aeroportos.
A pasta ainda ressalta: "As operações comerciais programadas para o aeroporto central do Rio poderão ser redirecionadas para o Aeroporto do Galeão".
A programação do Fórum Internacional deve afetar 300 voos no período, conforme estima a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (ABEAR). Com isso, até 60 mil passageiros terão que mudar sua rota de viagem nos dois dias.
Em comunicado, a Associação criticou a 'dança das cadeiras' em razão do evento internacional. "A ABEAR lamenta eventuais transtornos causados pela medida e ressalta que vem alertando os órgãos públicos para a necessidade de previsibilidade e conhecimento prévio de iniciativas com potencial impacto sobre as operações aéreas", destaca.
Galeão terá 87% voos a mais que em 2023
É fato que o G20 terá um efeito expressivo no fluxo previsto para o Aeroporto Internacional Tom Jobim durante esta semana. Segundo a concessionária RIOGaleão, cerca de 326 mil passageiros devem passar por lá entre os dias 14 e 20 de novembro. Isso significa 68% a mais do que o registrado no mesmo período em 2023.
Os voos também registraram um aumento excepcional. Nas pistas do Galeão, devem passar 2.000 voos, 87% a mais do que foi registrado em novembro do ano passado.
No entanto, não há motivo para alarde ou preocupação com sobrecarga. Em nota, a concessionária garantiu que a estrutura está preparada para a demanda extra.
"Para atender à movimentação, a concessionária reformou o espaço para recepção das delegações, reforçou as equipes de limpeza, manutenção, além de solicitar frota extra de táxis e carros de aplicativos no período do evento", informa a RIOGaleão.
Passageiros afetados devem ficar de olho nos avisos
Até quem não vai participar do G20 será impactado com as mudanças na capital fluminense para atender às demandas do megaevento internacional. Os passageiros que compraram voos para o Santos Dumont antes da decisão do fechamento do aeroporto são um exemplo.
Uma das maiores companhias aéreas nacionais, a LATAM não escapou do remanejamento de clientes que tinham uma viagem marcada para o SDU. De acordo com um comunicado, a empresa precisou transferir toda a operação para o aeroporto do Galeão nos dias 18 e 19 de novembro, além de alguns voos na noite do dia 17 e na manhã do dia 20.
Pelo fato "totalmente alheio ao controle" da Latam, como dizem em nota, cerca de 11 mil clientes da companha foram afetados. Os novos itinerários foram atualizados automaticamente no site da LATAM, mas os passageiros que preferirem o reembolso ou a alteração de rota poderão fazer a solicitação sem custo.
A Azul não falou em números, mas também garantiu que precisou transferir toda a operação em razão do G20. "A Azul recomenda que fiquem atentos às notificações enviadas por e-mail e aplicativo da empresa", adverte nota aos clientes.
Para os que compararam um bilhete na Gol, o esquema é parecido. A companhia disse, em nota, que foi avisada do fechamento do Santos Dumont no dia 8, pouco mais de uma semana antes do evento.
Pelo pouco tempo entre a mudança e a viagem, a Gol instruiu seus passageiros a solicitarem a mudança de rota sem custos ou o reembolso caso prefiram. Se ainda optarem por viajar na data, os clientes Gol terão que se deslocar ao Galeão, na Ilha do Governador.