Empresa é condenada a pagar R$ 183,7 milhões por usar cães para testes em laboratório
De acordo com a Justiça americana, a Envigo se declarou culpada por violar as leis do Bem-Estar Animal da Água Limpa
A Envigo, uma empresa norte-americana que cria animais para testes em laboratório nos Estados Unidos, foi condenada nesta segunda-feira, 3, a pagar multa de US$ 35 milhões, o equivalente a R$ 183,7 milhões, por maus-tratos a animais. De acordo com o Departamento de Justiça do país, este é o maior valor já aplicado em um caso do tipo.
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A instituição também deverá pagar US$ 3 milhões (R$ 15,7 milhões) a duas organizações anti-abuso de animais, US$ 3,5 milhões (R$ 18,3 milhões) para ajudar a restaurar o meio ambiente em Cumberland e US$ 7 milhões (R$ 36,7 milhões) para melhorar as instalações da empresa para 'atingir' os padrões exigidos pela Lei de Bem-Estar Animal. Além de ter sido proibida a venda e a criação de cães.
Segundo o Procurador-Geral adjunto da Divisão de Meio Ambiente e Recursos Naturais, Todd Kim, a Envigo submeteu milhares de cães da raça beagles a condições abaixo dos padrões mínimos em um criadouro localizado em Cumberland, Virgínia.
"Os cães sofreram abusos, foram submetidos à eutanásia sem a sedação adequada, comida foi negada às mães que amamentam, viviam em canis superlotados, que eram limpos com tão pouca frequência que as fezes se acumulavam. Eles recebiam água não potável e, às vezes, alimento contaminado com larvas e outros insetos. A Envio sabia de tudo isso e muito mais. Mesmo assim, não tomou medidas suficientes para colocar a instalação em conformidade", explicou Kim.
Em inspeções feitas em 2020 e 2021, foram registrados violações que causaram mortes aos animais, além de terem achados alguns machucados, mal nutridos e doentes. Após isso, foi aberta uma investigação pelo departamento.
Como resultado da operação, em maio de 2022, foram apreendidos 445 beagles em estado de perigo agudo e até setembro daquele ano, mais de 4 mil cães foram resgatados da unidade e encaminhados para ONGs.