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Eventos extremos climáticos são responsáveis por perda anual de 5% dos cultivos agrícolas e gado

Frequência de desastres ambientais aumentou de 100 para 400 eventos por ano nas últimas duas décadas

13 out 2023 - 12h08
(atualizado às 13h27)
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Valores correspondentes a 5% dos cultivos e gado globais são perdidos devido a eventos climáticos extremos, diz ONU
Valores correspondentes a 5% dos cultivos e gado globais são perdidos devido a eventos climáticos extremos, diz ONU
Foto: WILTON JUNIOR/ ESTADÃO / Estadão

Eventos climáticos extremos resultam em uma perda anual de € 123 bilhões de euros (cerca de R$ 656 bilhões na taxa de câmbio atual) em cultivos agrícolas e gado, o que equivale a 5% de toda a produção mundial, alerta nesta sexta-feira, 13, a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO). Além disso, a frequência de desastres ambientais está aumentando, passando de uma média de 100 eventos por ano na década de 1970 para 400 nas últimas duas décadas, conforme revelado pelo organismo internacional em seu relatório "O Impacto de Catástrofes na Agricultura e Segurança Alimentar".

A FAO adverte que "temperaturas extremas, secas, inundações e incêndios florestais são os principais riscos que resultam em perdas na agricultura global". Das perdas totais, 26% são atribuídas a temperaturas extremas, 19% a secas, 26% a inundações e 10% a incêndios. Os países em desenvolvimento e subdesenvolvidos são os mais afetados por condições climáticas extremas, experimentando perdas de 10% a 15% de sua produção anual total.

Leste, centro e sul da África são as regiões mais impactadas por essas perdas, seguidas pela América do Sul, Europa Oriental e Caribe. A destruição de cultivos e gado também afeta a ingestão de nutrientes, resultando em uma redução de 146 kcal de energia alimentar consumida por pessoa em nível global entre 1991 e 2021, segundo a FAO. Isso equivale à necessidade média de cerca de 400 milhões de homens ou 500 milhões de mulheres ao longo de um ano.

Os cereais são o principal produto afetado, com uma média de 69 milhões de toneladas perdidas por ano (equivalente a toda a produção da França). Além disso, frutas e vegetais desperdiçados totalizam 40 milhões de toneladas, e carne, ovos e laticínios somam um total de 16 milhões de toneladas. O relatório destaca que "a mudança climática está contribuindo para o aumento da incidência de ameaças, resultando em maior vulnerabilidade e exposição, e uma diminuição na capacidade de resposta das pessoas e sistemas".

Conflitos, epidemias, emergências

Além dos eventos climáticos extremos, a FAO aponta que outras emergências, como epidemias e conflitos armados, também causam grandes perdas na produção de alimentos. Por exemplo, a pandemia de Covid-19 teve um impacto significativo em países com insegurança alimentar, resultando em uma redução de até 50% na produção agrícola devido à falta de mão de obra e equipamentos mecanizados. Epidemias como a peste suína também levaram a uma redução de 26% na produção de carne suína na China, causando aumento nos preços globalmente.

Conflitos armados em países como Somália, Síria e Ucrânia têm efeitos marcantes na produção e fornecimento global de alimentos, afetando especialmente a crise de grãos no leste da Europa, que tem repercussões notáveis na África. O relatório conclui que as pesquisas sobre o impacto das mudanças climáticas na agricultura indicam que é provável que haja anomalias mais frequentes nos rendimentos e uma redução na produção agrícola. Portanto, a FAO faz um apelo para aumentar os indicadores e fontes de informação a fim de desenvolver "intervenções proativas e oportunas" que possam "aumentar a resiliência e reduzir os riscos"./EFE

Estadão
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