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Governo do RS decreta calamidade pública; material de obras será usado para reconstrução de cidades

Passagem de ciclone deixou ao menos 37 mortes no Estado; uma das cidades mais atingidas é Encantado, com 5.500 pessoas fora de suas casas

6 set 2023 - 23h57
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O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), assinou nesta quarta-feira, 6, decreto que declara estado de calamidade pública nos municípios afetados pela passagem de um ciclone extratropical que deixou ao menos 37 mortes no Estado.

Transbordamento do Rio Taquari inundou praticamente toda a cidade de Encantado após passagem de ciclone pelo Rio Grande do Sul
Transbordamento do Rio Taquari inundou praticamente toda a cidade de Encantado após passagem de ciclone pelo Rio Grande do Sul
Foto: Prefeitura de Encantado/Divulgação / Estadão

A situação possibilita compras e obras públicas emergenciais, além de garantir formalizações para o recebimento de recursos federais. Obras que estão sendo realizadas na BR-116, por exemplo, serão paralisadas e todo material será utilizado para reconstrução das cidades.

O governador também defendeu o serviço de alertas meteorológicos antecipados às regiões. "Estou seguro de que todo esforço possível de ser feito foi feito", disse.

Uma das cidades mais atingidas é Encantado, no Vale do Taquari. O transbordamento do Rio Taquari deixou um rastro de destruição, inundando praticamente todo o município, que tem 23 mil habitantes.

Até o momento, o número de desalojados chega a 4.500 pessoas, que foram obrigadas a deixar suas residências em busca de abrigo temporário em casas de amigos ou parentes, de acordo com a Defesa Civil.

Além disso, 1.090 pessoas estão desabrigadas, tendo perdido suas residências devido à força das águas. Essas pessoas recebem abrigo no Parque João Batista Marcheze, além de alimentação três vezes ao dia, colchões, cobertores e agasalhos.

Equipes de bombeiros e voluntários estão mobilizadas para prestar assistência às vítimas. Há relatos de muitas pessoas desaparecidas ainda.

"O objetivo das ações da Brigada Militar é proteger a comunidade que está vulnerável e garantir a segurança nos pontos de entrega e coleta de produtos perecíveis, roupas, colchões e agasalhados. Também estamos aqui para proteger as residências e vigiar o comércio para evitar saques de vândalos oportunistas", disse o coronel Cláudio de Azevedo Goggia, comandante do Comando de Choque da Brigada Militar de Porto Alegre.

Preocupado com a magnitude da tragédia, o prefeito de Encantado, Jonas Calvi (PSDB), destaca a necessidade de apoio emergencial para a cidade. "Na manhã desta quinta-feira, 7, começaremos os trabalhos de limpeza das ruas e avenidas do município, e assim podemos ter acesso aos locais mais atingidos, como o bairro Porto XV. Nesse local, máquinas do Exército irão fazer a limpeza da região", disse.

Trabalho voluntário

Um grupo de ciclistas de Encantado uniu forças para ajudar as vítimas das fortes enchentes. Com o dinheiro arrecadado, compraram cem cestas básicas. ''Serão destinadas não apenas às famílias afetadas em Encantado, mas também aos desabrigados e desalojados das cidades vizinhas, como Muçum e Roca Sales", disse Rober Gonzatti, empresário, ciclista, de 51 anos.

Doação de cestas básicas arrecadadas por ciclistas de Encantado
Doação de cestas básicas arrecadadas por ciclistas de Encantado
Foto: LUCIANO NAGEL/ESTADÃO / Estadão
Transbordamento do Rio Taquari inundou praticamente toda a cidade de Encantado após passagem de ciclone pelo Rio Grande do Sul
Transbordamento do Rio Taquari inundou praticamente toda a cidade de Encantado após passagem de ciclone pelo Rio Grande do Sul
Foto: Prefeitura de Encantado/Divulgação / Estadão
Estadão
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