Imagens de satélites mostram antes e depois da seca em rios da Amazônia; confira
Imagens mostram situação da seca nos rios da Amazônia entre julho e outubro deste ano
O rio Negro, um dos principais da Amazônia passa por uma baixa histórica no nível da água, afetando a vida de milhares de pessoas que vivem na região. Na terça-feira, 8, ele atingiu 12,17 metros em Manaus, em meio à seca extrema que afeta o Norte do Brasil. Imagens de satélite mostram a situação do rio entre julho e outubro de 2024.
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A marca foi a menor registrada em 122 anos desde o começo da medição. Os dados são do Serviço Geológico do Brasil, obtidos a partir da medição do nível do rio no Porto de Manaus.
A seca do rio é a pior da história de Manaus, pelo segundo ano consecutivo. No ano passado, o rio Negro registrou 12,7 metros em Manaus, mas nesta terça, o rio superou a baixa 20 dias antes do recorde anterior. Isso mostra que a estiagem chegou mais cedo na região amazônica.
Imagens de satélites cedidas ao Terra mostram os impactos da seca nos rios da Amazônia, entre julho e outubro deste ano. É possível ver trechos do rio Negro em 8 de agosto e 2 de outubro, e do Solimões, em 17 de julho e 21 de setembro. As imagens exibem bancos de areia e áreas secas por onde antes passava a água.
As imagens são do programa Brasil MAIS, que divulga registros de um satélite da constelação da empresa estadunidense Planet, por meio de contrato entre a Polícia Federal e a SCCON, responsável pela plataforma.
Vinícius Rissoli detalhou o funcionamento da plataforma que capta as imagens. “Por meio de uma constelação de 180 satélites situados a mais de 550 quilômetros de distância da Terra, conseguimos obter imagens de alta definição do Brasil todos os dias. Essas imagens são então disponibilizadas em uma plataforma online, possibilitando que as equipes de resposta reconheçam as regiões mais impactadas e organizem suas medidas de forma mais eficiente".
Seca extrema
A baixa do nível do rio Negro acontece em meio à seca extrema que atinge o Brasil, principalmente na região Norte. De acordo com o Centro Nacional de Monitoramento de Desastres Naturais (Cemaden), dados de setembro mostram que o país passa pela maior seca da história recente.
Com exceção do Rio Grande do Sul, todos os estados brasileiros enfrentaram falta de chuvas com muita frequência nos últimos meses.
Além de ser a mais extensa, a seca também é a mais severa, comparada aos outros anos, desde 1950, segundo o Cemaden.
O fenômeno climático El Niño é um dos fatores que contribuiu para a situação climática do Brasil. Ele durou de 2023 até o meio de 2024, e também foi agravado pelo aquecimento do oceano Atlântico Tropical Norte. Os dois eventos aconteceram em momentos diferentes, mas se complementaram para causar a seca.