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Lula diz ter 'certeza de que Marina jamais será contra' exploração de petróleo na Margem Equatorial

Segundo presidente, Marina Silva 'é muito inteligente' e preocupação é sobre como fazer para não ser predatório. Ele defendeu quer governo quer mostrar ao Ibama e à ministra que é 'plenamente possível' fazer a prospecção na foz do Rio Amazonas

14 fev 2025 - 10h41
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Brasília - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta sexta-feira, 14, ter convicção de que a Ministra Marina Silva não irá se opor aos planos de exploração de petróleo na foz do Rio Amazonas. O presidente destacou a inteligência da ministra e alegou que a preocupação dela é sobre como fazer para que a proposta não seja predatória.

Lula e a Ministra do Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, durante visita à Base Prevfogo/Ibama de Corumba, em 2024.
Lula e a Ministra do Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, durante visita à Base Prevfogo/Ibama de Corumba, em 2024.
Foto: Ricardo Stuckert / Presidencia da Republica / Estadão

"Tenho certeza de que a Marina jamais será contra, porque ela é muito inteligente. Não é que ela não queira fazer, mas é como fazer. Esse como fazer é uma coisa que eu quero, ela quer e você quer. Como fazer para não sermos predatórios com a nossa querida Amazônia. Por isso vamos fazer com muita responsabilidade. E se tiver petróleo, vamos ter mais dinheiro para fazer educação, saúde, ciência e tecnologia, mais gente no Ibama, professor, médico", afirmou, ressaltando a importância de os recursos serem reinvestidos em ações de fiscalização de crimes ambientais, por exemplo.

As declarações foram dadas em entrevista à Rádio Clube do Pará nesta manhã. O presidente defendeu uma "mediação" entre as pessoas que são a favor e contra a proposta para "pensar na necessidade do Brasil". Ele também repetiu o que já havia falado na quinta-feira, 13, que sonha que "um dia a gente não vá mais precisar de combustível fóssil."

Desde o início da semana, o presidente vem elevando o tom sobre o assunto. As falas têm sido vistas como tentativas de interferência política no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) e pressão sobre os técnicos do órgão. Na quarta-feira, 12, o presidente chegou a afirmar que o Ibama parecia ser contra o governo. "O que não pode é ficar nesse lenga-lenga, com o Ibama sendo um órgão do governo e parecendo ser contra o governo", disse.

O presidente também defendeu que o Brasil "é um País privilegiado, porque temos mais energia elétrica limpa" e que "nesse aspecto ninguém vai dar lição no Brasil".

"Temos de agir com responsabilidade. Não quero que a exploração de petróleo venha a causar nenhum dano ao meio ambiente. Por isso levamos muito a sério uma discussão para que a Petrobras cumpra todos os requisitos ambientais, para que a gente tenha certeza que se acontecer um problema qualquer a gente tenha tempo de resolver e evitar qualquer desgraça como aconteceu no Golfo do México", afirmou.

O presidente da República disse que o País não pode "prescindir de pesquisar se existe ou não uma quantidade de riquezas que pensamos que existe na Margem Equatorial, que está a 575km da margem do rio".

Lula afirmou ainda que o ministro da Casa Civil, Rui Costa, tem trabalhado para tentar destravar o processo e que o governo quer "mostrar ao Ibama e à companheira Marina que é plenamente possível fazermos a prospecção de petróleo".

Segundo ele, eventuais riquezas que possam vir a ser exploradas na Margem Equatorial é que podem garantir a transição energética e "manter nossas florestas em pé". "Se não encontrar petróleo, tudo bem, vamos procurar em outro lugar", disse o presidente.

Decisão política

O licenciamento da região é sensível, entre outros fatores, porque não há operações semelhantes na região e tampouco estrutura para dar resposta a uma crise. Assim, os técnicos não têm referências robustas para avaliar objetivamente o projeto. Como o Estadão mostrou, a área é complexa e em caso de eventual acidente, a Petrobras levaria 10h30 para deslocar animais até a base de estabilização.

Embora tenha lacunas, o último plano de proteção à Fauna apresentado pela Petrobras — com previsão de embarcações de prontidão, equipes de socorro e equipamentos —, tem elementos para embasar um parecer a favor da licença. Soma-se a isso a repercussão do tema nacionalmente e a pressão exercida publicamente por Lula, que são vistas como uma evidência de que a vontade política sobre a liberação da licença prevalecerá.

Lula e a Ministra do Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, durante visita à Base Prevfogo/Ibama de Corumba, em 2024.
Lula e a Ministra do Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, durante visita à Base Prevfogo/Ibama de Corumba, em 2024.
Foto: Ricardo Stuckert / Presidencia da Republica / Estadão
Estadão
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