Maceió tem alerta máximo para risco de colapso de mina; veja antes e depois de locais afetados
Capital de Alagoas decretou estado de emergência após registrar tremor
A Defesa Civil de Maceió, capital de Alagoas, emitiu um alerta máximo e declarou estado de emergência na região da mina 18, no bairro do Mutangue. A região fica a apenas 1,5 km da Avenida Fernandes Lima, a principal da cidade. Desde 2018, a capital enfrenta um problema que afeta cinco bairros por causa da exploração de sal-gema feita pela empresa Braskem por décadas.
Segundo o Serviço Geológico do Brasil, a mina em risco tem 85 metros de largura e está a 1,1 mil metros de profundidade. Outras duas minas, a 7 e a 19, estão próximas da 18, aumentando o risco ainda mais, em caso de colapso.
O Terra procurou a Braskem, que informou que continua mobilizada e monitorando a situação da mina 18, localizada no bairro do Mutange, tomando todas as medidas cabíveis para minimização do impacto de possíveis ocorrências.
A empresa ainda diz que, desde a noite de quarta-feira, 29, também está apoiando a realocação emergencial dos moradores de 23 imóveis que ainda resistiam em permanecer na área de desocupação determinada pela Defesa Civil em 2020. "Essa realocação emergencial foi determinada judicialmente na tarde da quarta-feira e está sendo coordenada pela Defesa Civil. Até o momento, 22 desses imóveis já foram desocupados e os trabalhos prosseguem. A realocação preventiva de toda a área de risco foi iniciada em novembro de 2019 e 99,3% dos imóveis já estão desocupados (dados de 31 de outubro de 2023)", diz a nota.
Em nota, a Defesa Civil informou que a região próxima que corre o risco de colapso já está desabitada, incluindo o entorno. O alerta é máximo para o risco iminente de colapso da mina.
“Estudos mostram um aumento significativo na movimentação do solo na Mina 18, indicando a possibilidade de rompimento e surgimento de um sinkhole. Por precaução, a recomendação é clara: a população deve evitar transitar na área desocupada até uma nova atualização da Defesa Civil, enquanto medidas de controle e monitoramento são aplicadas para reduzir o perigo", diz o comunicado.
A equipe de análise da Defesa Civil ressalta também que as informações são baseadas em dados contínuos, incluindo análises sísmicas. Na quinta-feira, 30, foi registrado um novo movimento de terra, gerando preocupação.
A Braskem realizava a extração do sal-gema em 35 minas, mas após um tremor de terra em 2018, que teve como epicentro o bairro do Pinheiro, foi iniciado um processo de preenchimento e estabilização. No entanto, até hoje o trabalho não está completo, e tem previsão para terminar em 2025, segundo revelado em reportagem do Estadão.
Bairro abandonado
As famílias são retiradas dos bairros que apresentam riscos desde 2019, e alguns bairros ficaram desertos. A seguir, veja imagens de antes e depois do deslocamento, que mostram o abandono.
*Com informações do Estadão