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Mapa mostra mancha de poluição sobre o Brasil; queimadas podem ser a causa

Observatório climático Copernicus, que analisa o ambiente no planeta, identificou mancha vermelha sobre o País

28 set 2024 - 20h39
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O Copernicus, um programa de observação da Terra da União Europeia, apontou uma grande mancha vermelha sobre o Brasil, neste sábado, 28. A mancha pode ser consequência das queimadas que atingem o país, sobretudo as regiões da Amazônia, Cerrado e Pantanal. Desde o ano passado, o número de queimadas no Brasil cresceu 91% em relação ao mesmo período do ano passado, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

O Copernicus analisa o ambiente no planeta e mede as partículas de sólidos e líquidos na atmosfera, os chamados aerossóis atmosféricos, que podem ter consequências diretas e indiretas no clima e afetar a saúde do ser humano. O programa mede também a concentração de monóxido de carbono sobre o País.

As queimadas que acontecem no Brasil causam poluição que é captada pelo Serviço de Monitoramento da Atmosfera do observatório Copernicus. Quanto mais vermelha é a mancha, maior é a poluição concentrada no ar.

A reportagem procurou o Ministério do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas e aguarda retorno. O mais recente boletim dos incêndios divulgado na quarta-feira, 25, pelo ministério aponta que ações do governo federal combateram 931 incêndios na Amazônia, Pantanal e Cerrado este ano, dos quais 79% foram extintos. Foram mobilizados 3.518 profissionais de campo para o combate e, entre os recursos, 39 aeronaves, entre elas dois aviões e seis helicópteros da Forças Armadas.

Capitais brasileiras apresentar qualidade do ar insalubre

Já o monitoramento realizado pela organização suíça IQAir apontou que cinco capitais brasileiras estavam com qualidade do ar insalubre neste sábado. Em uma delas, Rio Branco, no Acre, a condição era ainda pior, classificada como muito insalubre. A cidade atingiu 261 pontos na avaliação da IQAir entre as 14 e 14h30 deste sábado. Às 17h20, o ar de Rio Branco já tinha melhorado para 196 pontos, mas ainda na condição de insalubre.

As outras quatro são Goiânia, em Goiás (180 pontos); Porto Velho, em Rondônia (179 pontos); Campo Grande, no Mato Grosso do Sul e Belo Horizonte, capital mineira, ambas com 112 pontos.

O portal meteorológico mede a concentração de material particulado em suspensão no ar, com foco nas partículas de poeira muito finas que têm 2,5 mícrons ou menos de diâmetro inaláveis (PM 2,5), suficientemente pequenas para penetrar e causar danos ao sistema respiratório. De acordo com a classificação, de 0-50 a avaliação é boa; de 51-100, moderada; de 101-150, insalubre para grupos sensíveis; de 151-300, muito insalubre; acima de 300, ar perigoso.

No caso de Rio Branco, a concentração de PM 2,5 no ar está 37,2 vezes acima do valor da diretriz anual de qualidade do ar recomendada pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

Já Fortaleza, no Ceará, aparece como a capital brasileira com melhor qualidade de ar, com 16 pontos, segundo o índice da IQAir. Também receberam classificação de qualidade boa as capitais de Pernambuco, Recife, com 38; Paraná, Curitiba (38) e Pará, Belém (36).

As capitais Rio de Janeiro (50) e São Paulo (55) estão com a qualidade do ar moderada, assim como as demais capitais brasileiras, incluindo Brasília, no Distrito Federal (65).

As capitais com qualidade do ar insalubre estão em áreas mais afetadas por incêndios florestais nas últimas semanas: duas delas na Amazônia (Rio Branco e Porto Velho); duas no Centro Oeste (Goiânia e Campo Grande) e uma no Sudeste (Minas Gerais).

O Brasil registrou 207.484 queimadas este ano, segundo o Inpe. O aumento é de 91% em relação ao mesmo período de 2023, quando foram 108.546. Os estados com mais focos são Mato Grosso (45.251), Pará (36.018), Amazonas (22.058) e Tocantins (15.026), todos na região amazônica.

A reportagem entrou em contato com a prefeitura de Rio Branco, cidade com mais poluição no ar, segundo o IQAir, e ainda não teve retorno.

Estadão
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