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Milhares de peixes aparecem mortos em lagoa onde ocorreu rompimento de mina da Braskem

Atualmente, a região está isolada, e os pescadores estão proibidos de trabalhar na área por causa dos riscos

2 jan 2024 - 22h59
(atualizado em 3/1/2024 às 15h34)
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Lagoa Mundaú, em Maceió, repleta de peixes mortos.
Lagoa Mundaú, em Maceió, repleta de peixes mortos.
Foto: Foto: reprodução @@carlosmadeiro X

Um vídeo que circula nas redes sociais mostra milhares de peixes mortos boiando na Lagoa Mundaú, em Maceió, Alagoas, região onde ocorreu o rompimento da mina 18 da Braskem

Nas imagens feitas por uma moradora local, é possível ver a margem da lagoa repleta de peixes mortos. O vídeo foi publicado na segunda-feira, 1º. 

"Olha que malvadeza com os pescadores. Com certeza o sururu também vai morrer", diz a mulher que gravou o vídeo.

Atualmente, a região está isolada, e os pescadores estão proibidos de trabalhar na Lagoa Mundaú, por causa dos riscos.

Rompimento de mina em Maceió

Em dezembro do ano passado, a mina 18 da Braskem sofreu um rompimento, que pôde ser percebido em um trecho da Lagoa Mundaú, no bairro do Mutange.

A mina que se rompeu tem 85 metros de largura e está a 1,1 mil metros de profundidade, segundo estudo do Serviço Geológico do Brasil.

Os problemas em Maceió começaram anos antes, em março de 2018, quando um tremor de terra causou rachaduras em ruas e casas e o afundamento do solo em cinco bairros: Pinheiro, Mutange, Bebedouro, Bom Parto e em uma parte do Farol. 

Mais de 55 mil pessoas foram forçadas a deixar suas casas naquele ano. A petroquímica realizava a extração de sal-gema na capital alagoana em 35 minas, que começaram a ser fechadas em 2019 depois que a empresa foi responsabilizada pelo surgimento de rachaduras em casas e ruas.

Resposta da Braskem

Em nota enviada pela Braskem ao Terra, a empresa diz "sobre o monitoramento da água na lagoa Mundaú, os resultados produzidos até o momento não indicam alteração no padrão típico de qualidade, segundo avaliação feita por especialistas da Universidade Federal de Alagoas e Instituto do Meio Ambiente, divulgada em 18 de dezembro último.

Na ocasião, os especialistas afirmaram que as análises da lagoa Mundaú indicam altos índices de contaminação, mas a situação é antiga e não está relacionada à acomodação do solo na região da cavidade 18. Segundo os pesquisadores, o grande causador é o lançamento de esgoto não tratado e de produtos químicos. 

Em relação a mortandade de peixes, a companhia esclarece que não faz lançamento de qualquer efluente na lagoa. O trabalho realizado pela Braskem na região está relacionado com o fechamento dos poços para extração de sal e todas as atividades são devidamente licenciadas e fiscalizadas."

Fonte: Redação Terra
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