Moradora relata falta crítica de mantimentos no RS: 'Mesmo limitando venda, mercado não tem mais água'
Advogada moradora do Rio Grande do Sul fez relato comovente sobre situação no Estado
Uma advogada, moradora do Rio Grande do Sul, relatou as dificuldades que têm enfrentado após as chuvas afetarem a população, as estradas e o abastecimento em diversas cidades. Em relato ao jornal O Globo, ela contou que estava de férias no Rio de Janeiro e os obstáculos começaram logo ao tentar pegar uma aeronave para voltar.
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Após as águas do Rio Guaíba subirem na última sexta-feira, 3, a advogada relata que o caos se alastrou mais rapidamente: "No sábado, fui ao supermercado e já não havia mais água. Milhares de pessoas já estavam sem fornecimento em suas residências e haviam iniciado a busca por água potável para comprar [...] Mesmo com o supermercado limitando a quantidade de itens por consumidor, não há mais nada de água sendo vendida e as pessoas aguardam caso haja no estoque, ainda que os funcionários afirmem que não há mais nada."
Após alguns dias, a moradora do Rio Grande do Sul ficou sem fornecimento de água em casa. Para driblar a dificuldade, ela e outras pessoas começaram a recorrer a bicas e outras vertentes de água, porções essas que precisam ser fervidas antes do consumo para garantir a inexistência de bactérias.
"Tentei desde o início seguir as orientações das autoridades de que, mesmo quem tivesse fornecimento, economizasse, pois, a situação era muito crítica. Dicas compartilhadas via redes sociais ajudaram bastante, métodos de lavar a louça com pouca água, dicas para escovar os dentes usando um copo de água, a volta do álcool em gel para desinfetar as mãos, além de banhos rápidos preferencialmente com caneca."
Por fim, a advogada afirma que o sentimento é de profunda tristeza, mas em meio a alguma gratidão, visto que há pessoas em condições mais precárias que ela no Estado.
"O que vivemos no estado é o algo indescritível, mas para além do sentimento de tristeza que acompanha a tragédia, surge um sentimento de gratidão por estarmos a salvo e de solidariedade pois os abrigos estão lotados, mas contam com doações e voluntários, estando toda a população envolvida na superação desta situação", relatou.