Moradores do interior do RS pretendem cruzar a fronteira para compras no mercado em meio ao caos
Habitantes de Uruguaiana já precisaram cruzar a ponte internacional para abastecer os carros devido à falta de gasolina no Brasil
Com grande parte do Rio Grande do Sul embaixo d´água, os moradores do interior do Estado estão de olho nos mercados na fronteira com a Argentina para suprir a falta de algumas mercadorias em meio à escassez de alimentos nas prateleiras e ao aumento dos preços de produtos nos estabelecimentos gaúchos por causa das tempestades que castigam o Estado desde o começo da semana passada.
A professora Maria Alice de Moraes relata que embora a cidade onde mora não tenha sido atingida diretamente pelas enchentes, o preço de produtos de higiene e sacolão tem aumentado com frequência na cidade de Uruguaiana.
“Com as estradas interditadas, a tendência é que os preços dos produtos aumentem. A gasolina por exemplo estava em falta, tem gente que já está cruzando a ponte internacional para abastecer os carros”, contou.
Em conversa com a reportagem, João Tarcísio, comerciante local de São Borja, compartilhou que, diante do aumento nos preços tanto dos produtos nos supermercados brasileiros quanto nos argentinos, optou por aguardar um pouco para reabastecer o estoque de seu estabelecimento.
“Está ocorrendo uma disparada nos preços dos alimentos, e está faltando muito também. Lá na Argentina, os preços também subiram bastante. Inclusive, eu não estou indo por conta disso", comentou Tarcísio.
Mesmo com a alta nos preços de alguns produtos nas prateleiras dos mercados brasileiros, o entrevistado tem observado o aumento de cidadãos argentinos pela cidade de São Borja.
“A cidade de Santo Tomé, vizinha aqui da gente, é muito pequena, e lá eles não têm variedade de supermercados, e devido a isso, os argentinos costumam cruzar a fronteira em busca dessas promoções. Aqui temos mais mercados concorrentes fazendo promoções de alimentos, e isso tem atraído eles para cá”, completou o comerciante.
Com as enchentes, muitas pessoas perderam itens essenciais, como alimentos e produtos de higiene. Isso causou uma alta demanda nas regiões onde esses itens ainda estão disponíveis, levando a um aumento de preços. Além disso, questões logísticas dificultam o fornecimento desses produtos nessas regiões afetadas pelas enchentes, o que prolonga o problema.
“Por um período indefinido, possivelmente meses, haverá escassez de oferta enquanto a demanda permanece alta. As pessoas podem buscar esses produtos em regiões próximas até que as questões logísticas sejam resolvidas”, afirmou Denis Medina, professor de ciências econômicas e negócios da Anhembi Morumbi.
O professor também destacou que ainda é muito cedo para afirmar que as enchentes atraíram cidadãos argentinos para o comércio local do Brasil. “Embora seja difícil afirmar um aumento na busca por produtos na região da fronteira por argentinos devido às enchentes, não podemos descartar essa hipótese. No entanto, a situação na Argentina, incluindo altos índices de inflação e problemas na produção industrial, também pode estar contribuindo para essa demanda. Isso sobrecarrega a região afetada pelas enchentes, mas não parece estar diretamente ligado ao desastre natural. É mais uma coincidência que ambos os eventos estejam ocorrendo simultaneamente”, explicou.
Especialistas também indicam que devido a tragédia das chuvas no Rio Grande do Sul, os preços de produtos essenciais para os brasileiros, como arroz e laticínios, podem sofrer um aumento nos próximos dias. O estado é responsável por 70% da produção nacional de arroz, o que influencia significativamente os índices de inflação.
O professor também destacou que ainda é muito cedo para afirmar que as enchentes atraíram cidadãos argentinos para o comércio local do Brasil.
“Embora seja difícil afirmar um aumento na busca por produtos na região da fronteira por argentinos devido às enchentes, não podemos descartar essa hipótese. No entanto, a situação na Argentina, incluindo altos índices de inflação e problemas na produção industrial, também pode estar contribuindo para essa demanda. Isso sobrecarrega a região afetada pelas enchentes, mas não parece estar diretamente ligado ao desastre natural. É mais uma coincidência que ambos os eventos estejam ocorrendo simultaneamente”, explicou.
Especialistas também indicam que devido a tragédia das chuvas no Rio Grande do Sul, os preços de produtos essenciais para os brasileiros, como arroz e laticínios, podem sofrer um aumento nos próximos dias. O estado é responsável por 70% da produção nacional de arroz, o que influencia significativamente os índices de inflação.