No G20, Lula cobra países ricos contra aquecimento global
Mandatário realizou dois discursos em Nova Délhi, na Índia
O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), afirmou neste sábado, 9, em Nova Délhi, na Índia, que os países ricos deveriam arcar com os maiores custos para combater o aquecimento global.
Em seu primeiro discurso na cúpula do G20, o mandatário apontou que a falta de compromisso das nações mais ricas provocou uma "dívida acumulada ao longo de dois séculos".
"Desde a COP de Copenhague, os países ricos deveriam prover US$ 100 bilhões por ano em financiamento climático novo e adicional aos países em desenvolvimento. Essa promessa nunca foi cumprida", afirmou Lula.
"De nada adiantará o mundo rico chegar às COPs do futuro vangloriando-se das suas reduções nas emissões de carbono se as responsabilidades continuarem sendo transferidas para o Sul Global. Recursos não faltam", acrescentou.
O petista ainda analisou que os US$ 2,24 trilhões gastos no mundo no ano passado em armas poderiam ser destinados "para o desenvolvimento sustentável e a ação climática".
Lula prometeu utilizar a presidência rotativa do Brasil no G20, que vai até o fim de 2024, para lançar uma "força-tarefa para mobilização global contra a mudança climática". No entanto, o chefe de Estado não forneceu maiores detalhes.
"Queremos chegar na COP30, em 2025, com uma agenda climática equilibrada entre mitigação, adaptação, perdas e danos e financiamento, assegurando a sustentabilidade do planeta e a dignidade das pessoas", disse.
Segundo discurso no G20 - Em seu segundo discurso na cúpula de líderes do G20, em Nova Délhi, Lula criticou que a desigualdade "não para de crescer", além de lamentar que "nossa família está cada vez mais desunida".
"O mundo desaprendeu a se indignar e normalizou o inaceitável. O mercado continuou indiferente à discriminação contra mulheres, minorias raciais, LGBTQI+ e pessoas com deficiência. Combatê-la é uma escolha que temos de fazer todos dias", afirmou o presidente.
"É preciso colocar os pobres no orçamento público e fazer os mais ricos pagarem impostos proporcionais aos seus patrimônios. A desigualdade é um flagelo que cresce dentro dos nossos países, mas também entre eles", acrescentou.
Lula assegurou que lançará uma aliança global contra a fome durante a presidência rotativa do Brasil do grupo, além de desejar um mundo "cada vez menos desigual e mais fraterno". .