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Nova espécie de planta é descoberta em Minas Gerais

Nomeada como "bromélia-peluda", foi encontrada com apoio de um morador da região

5 out 2023 - 16h43
(atualizado às 17h44)
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Nova espécie de planta é descoberta em Minas Gerais
Nova espécie de planta é descoberta em Minas Gerais
Foto: Reprodução/Agência Bori

Pesquisadores brasileiros anunciaram nesta quinta-feira, 5, a descoberta de uma nova espécie de planta, em Minas Gerais. Segundo um artigo divulgado na revista Phytotaxa, a planta é uma bromélia com folhas aveludadas e cheia de pelos e recebeu o nome de Krenakanthus ribeiranus

O artigo é assinado por pesquisadores do Instituto Nacional Nacional da Mata Atlântica (INMA), do Jardim Botânico do Rio de Janeiro (JBRJ) e das universidades federais de São João del-Rei (UFSJ), do Rio Grande do Sul (UFRGS) e do Rio de Janeiro (UFRJ). O texto conta detalhes de como a planta foi encontrada e, o mais importante, por quem. 

A “bromélia-peluda” foi encontrada em novembro de 2022 por um morador chamado Júlio César Ribeiro, em uma montanha no município de Alvarenga, no Vale do Rio Doce. Enquanto Júlio andava pela região, que tem muitas cachoeiras, se deparou com pequenas plantas de folhas verdes pálidas e, entre elas, uma pequena flor de cor rosa. 

“Além de ser uma planta que eu nunca tinha visto na região, as folhas peludas, como as do capim, chamaram a minha atenção e também as flores saindo no meio das folhas”, conta Júlio. Curioso com o que poderia ser a planta, ele fotografou a planta e enviou as fotos para pesquisadores, que já desenvolviam estudos naquela região. 

Ao receberem a foto, os pesquisadores também não acreditaram que poderia ser uma bromélia, devido às características da planta. “Quando se fala em bromélias, a imagem mais comum que vem à mente é de plantas com folhas brilhantes que acumulam água ou de plantas espinhentas como o abacaxi. É difícil imaginar uma bromélia com folhas aveludadas e cheia de pelos e isso é só um dos motivos que tornam essa descoberta tão empolgante”, explica Dayvid Couto, pesquisador do INMA. 

No estudo, os pesquisadores apontam que os pelos da "bromélia-peluda" podem ter como função absorver água ou proteger contra a perda de água para o ambiente. 

“Antes da descoberta dessa nova espécie, apenas uma outra espécie, que não é peluda, era conhecida do gênero Krenakanthus, cujo nome significa ‘flor dos Krenak’, uma homenagem ao povo originário dessa região, no Vale do Rio Doce”, conta Paulo Gonella, co-autor do estudo, professor da UFSJ.

No estudo, os pesquisadores já chamam atenção para as condições em que a “bromélia-peluda” foi descoberta. “Com base na distribuição muito restrita e no avançado grau de degradação da região onde foi encontrada, nós avaliamos essa espécie como Criticamente em Perigo de Extinção, o grau mais alto de risco”, destaca Eduardo Fernandez, coordenador de Projeto Núcleo de Avaliação do Estado de Conservação da Flora do Centro Nacional de Conservação da Flora (CNCFlora). 

Plantas graciosas que, na verdade, são carnívoras Plantas graciosas que, na verdade, são carnívoras

Homenagem ao descobridor 

Segundo divulgado pela Agência Bori, o segundo nome dessa nova espécie, ribeiranus é uma homenagem a Júlio César Ribeiro. “É um reconhecimento ao olhar apurado do Júlio, que já contribuiu na descoberta de outras espécies da região, atuando como cidadão cientista”, diz Gonella. 

O Ciência Cidadã é uma parceria entre cientistas e cidadãos no desenvolvimento da pesquisa científica. A partir dessa iniciativa, o morador pode contribuir em uma ou mais fases da pesquisa como coleta, interpretação, análise de dados e na elaboração conjunta de projetos para responder questões científicas. 

A “bromélia-peluda” se une a outras descobertas recentes em Minas Gerais. Na última década, foram encontradas mais de 30 novas espécies de plantas na região leste do Estado. 

“Além de abrigarem uma biodiversidade única, essas serras funcionam como ‘caixas d’água’, protegendo nascentes que abastecem os municípios da região e que foram fundamentais para assegurar água de qualidade para muitas cidades quando o rio Doce foi afetado pelo desastre de Mariana”, afirma Gonella.

Fonte: Redação Terra
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