‘Parte molhada ampliou’: imagem mostra avanço do afundamento da mina com risco de colapso em Maceió
A área da mina 18, da Braskem, em Mutange, segue monitorada 24 horas por dia
A região da mina 18 da Braskem, que segue sob risco iminente de colapso em Maceió, continua afundando, com a área seca sendo cada vez mais ocupada pela água da Lagoa Mundaú. Imagens aéreas da Defesa Civil de Alagoas, obtidas pelo jornal AL2, da Globo, mostram o agravamento da situação.
"Podemos observar que têm várias fissuras. As fissuras continuam sendo ampliadas nessa região. Então a cratera se encontra [60%] na lagoa, com 40% no continente. Essa parte molhada ampliou hoje [sábado]. Ontem [sexta] tínhamos apenas uma pequena parte molhada. Isso prova que esse rebaixamento, esse afundamento da terra, que era de 1,40 m, está agora em torno de 1,60,m", explicou o coordenador da Defesa Civil de Alagoas, coronel Moisés, ao jornal.
O registro foi feito às 17h de sábado, 2. O último boletim emitido pela Defesa Civil com atualizações da situação foi publicado às 9h deste domingo, 3. Na nota, foi informado que o deslocamento vertical acumulado pela mina é de 1,69 m e que a velocidade de afundamento é de 0,7 cm por hora - a mesma registrada no último boletim do dia anterior. Nas últimas 24 horas o movimento foi de 10,8 cm.
A região segue em alerta máximo de risco iminente de colapso. “Por precaução, a recomendação é clara: a população não deve transitar na área desocupada até uma nova atualização da Defesa Civil, enquanto medidas de controle e monitoramento são aplicadas para reduzir o perigo”, complementou a nota.
Área desocupada
A Braskem informou, na tarde de sábado, 2, que a área de risco do mapa definido pela Defesa Civil de Alagoas está 100% desocupada. Restavam 23 moradores que ainda resistiam em permanecer nessa área, mas eles foram realocados pelo órgão municipal por uma determinação judicial.
A empresa também frisou que a área do bairro do Mutange, onde está localizada a mina 18, está totalmente desocupada desde abril de 2020.
O prefeito de Maceió, João Henrique Caldas (PL), disse, durante entrevistas, que o crime ambiental causado pela Braskem é irrecuperável e impagável. “Os nossos problemas são reais, nunca estaremos satisfeitos com o que a Braskem fez com a nossa cidade. Esse dano que eles cometeram é impagável, é irrecuperável. Os danos sociais, psicológicos, olha o que está acontecendo, a cidade em pânico”, expôs o prefeito.