Polícia prende dois suspeitos por queimadas intencionais no interior de SP
Informação foi confirmada pelo governador Tarcísio de Freitas em entrevista coletiva concedida em Ribeirão Preto, uma das cidades mais afetadas pelas chamas
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), confirmou neste domingo, 25, a prisão de dois homens suspeitos de atear fogo em áreas rurais da região de Ribeirão Preto, agravando ainda mais a situação crítica desta parte do interior de São Paulo.
O Estado vem sofrendo com incêndios florestais que avançam pelas cidades, causando bloqueios de estradas, interrompendo operações em aeroportos e provocando ao menos duas vítimas fatais. Segundo a Defesa Civil, são 21 cidades que enfrentam focos ativos de incêndio e 46 municípios estão com alerta máximo para queimadas.
"Nós tivemos ação de criminosos. Ontem (sábado), uma prisão em São José do Rio Preto, hoje de manhã (domingo) uma prisão em Batatais de um criminoso com passagem pela polícia. Ele estava com gasolina, ateando fogo, querendo agravar a situação. É uma coisa que nós não vamos tolerar", afirmou o governador, em entrevista coletiva em Ribeirão Preto, avaliando que as ações criminosas se somaram às condições climáticas adversas para piorar os incidentes.
A primeira prisão aconteceu na manhã de sábado em São José do Rio Preto. O suspeito é um idoso de 76 anos, que foi detido por policiais militares depois depois de atear fogo em lixo, em uma área de mata no bairro Jardim Maracanã. O homem foi denunciado por uma moradora, que presenciou a cena e acionou os agentes.
Ela relatou que conseguiu conter as chamas com um balde de água, e que ainda foi alvo de xingamentos por parte do idoso. Questionado, o suspeito confessou a prática e disse que tem o costume de queimar o lixo no mesmo local. Segundo a Secretaria da Segurança Pública do Estado (SSP-SP), ele foi levado ao plantão da Delegacia Seccional da cidade, onde foi ouvido e depois liberado. "O caso foi registrado como injúria e crime ambiental", informou a pasta.
A outra prisão aconteceu na manhã deste domingo, 25, na cidade de Batatais. Sem dar detalhes da ocorrência, o governador disse que o suspeito foi flagrado com "um galão de gasolina, querendo agravar a situação".
"As forças de segurança estão mobilizadas para impedir esse tipo de ação." O governador disse que as queimadas têm diferentes origens: a combinação de estiagem severa, baixa umidade relativa do ar e presença de ventos fortes; a ação de criminosos e de pessoas "oportunistas", que aproveitam dos focos para fazer o descarte de lixo e de resíduos de forma clandestina.
"Temos que nos conscientizar que nós temos indústrias químicas, usina de álcool, com tanques de etanol, muita palha armazenada, bagaço armazenado com potencial inflamável muito grande, muito severo. Isso poderia causar um incêndio de grandes proporções", disse.
O governador também ressaltou que essas instalações próximas aos focos de incêndios estão sendo isoladas e protegidas para evitar maiores danos. "Essas instalações críticas estão sendo objeto da nossa ação, porque a gente precisa isolar, fazer os aceiros", disse.
Além das medidas de combate ao fogo, Tarcísio mencionou as ações para atender a população afetada, incluindo o suporte àqueles que perderam suas residências e a estruturação do sistema de saúde para tratar problemas respiratórios decorrentes da fumaça. "Cada secretaria de Saúde está recebendo o link para o teleatendimento com pediatra e pneumologista, que está à disposição o tempo todo", detalhou.
O governador também pediu calma à população local, destacando que não há necessidade de evacuação. "A situação vai ficar sob controle, tem uma grande organização. Eu tenho certeza que a situação hoje já vai melhorar bastante, as pessoas têm que manter a tranquilidade", comentou Tarcísio.
No sábado, o governador de São Paulo decretou estado de emergência em 45 cidades de São Paulo, com validade de 180 dias. A Secretaria de Agricultura e Abastecimento anunciou um pacotes de ações para produtores rurais afetados pelos incêndios, em valor estimado de R$ 10 milhões. O Centro de Gerenciamento de Emergências da Defesa Civil elevou para 46 o número de cidades em alerta máximo para queimadas e informou que 21 municípios enfrentam focos ativos de incêndio.