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Prefeito de SP diz ter pedido cancelamento da concessão da Enel à agência federal após apagões

Nunes afirma estar 'inconformado' e que concessionária tem demorado para fazer ligações de energia em novos postos de saúde e conjuntos habitacionais

16 nov 2023 - 17h43
(atualizado às 18h23)
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Prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes.
Prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes.
Foto: Taba Benedicto/Estadão / Estadão

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), afirmou nesta quinta-feira, 16, ter pedido à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) que cancele a concessão da Enel para o fornecimento de energia na cidade. "O governo federal precisa ter uma postura", cobrou.

Nunes tem sido criticado após o temporal de 3 de novembro, pelo ritmo de retirada de galhos e árvores, a presença em evento da Fórmula 1 naquele fim de semana e a sugestão de um tributo voluntário para o enterramento de fios. No dia seguinte ao vendaval, no sábado, 4, chegou a elogiar o diálogo com a concessionária, mas mudou de postura depois, principalmente após o descumprimento do prazo de resolução. A Enel demorou uma semana para restabelecer o funcionamento integral.

Nesta quinta, o prefeito declarou estar "inconformado" com o serviço prestado pela empresa italiana. Destacou que a crítica não se refere exclusivamente à demora de dias para retomar o fornecimento de 2,1 milhões de pessoas na capital e mais 23 municípios após o temporal de 3 de novembro - houve clientes que ficaram quase uma semana sem luz.

"A gente já vinha discutindo com a Enel uma série de questões há bastante tempo", afirmou. "O problema é grave", disse. "É uma péssima companhia para a cidade."

O prefeito citou que ao menos cinco postos de saúde não foram inaugurados pela falta de ligação de energia. Também afirmou que um conjunto habitacional para baixa renda pronto na Vila Olímpia, na zona sul, aguarda a instalação da rede há cinco meses.

Temporal com granizo atingiu São Paulo na noite de quarta-feira, 15:

Segundo ele, situação semelhante é enfrentada em outro condomínio de apartamentos populares na mesma região, no Grajaú, em que metade das 1,2 mil unidades dependem de gerador. "E olha que eu inaugurei faz meses", disse.

A gestão municipal anunciou na semana passada que ajuizaria uma ação contra a concessionária, "por descumprimento de acordo da empresa com a capital paulista e de outras normas legais".

Problemas no fornecimento novamente têm chamado a atenção nesta semana. Após um temporal, diversos bairros voltaram a ficar sem luz na quarta-feira, 15. Um apagão durante a CPI da Enel na Assembleia Legislativa também ganhou repercussão nesta semana.

A Aneel e a Enel foram procuradas pelo Estadão e não se manifestaram até o momento. Sobre a chuva desta quarta, a concessionária informou no fim da tarde desta quinta que já havia restabelecido a energia para mais de 93% dos 290 mil clientes que ficaram sem energia após o temporal.

Estadão
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