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Probabilidade da temperatura média global ultrapassar 1,5ºC nos próximos cinco anos é de 80%

Secretário-Geral da ONU afirmou que 'não estamos apenas em perigo, somos o perigo'

6 jun 2024 - 17h33
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Pedestres caminhando próximo ao Parque Augusta, na região da Consolação, em dia de forte calor na cidade de São Paulo.
Pedestres caminhando próximo ao Parque Augusta, na região da Consolação, em dia de forte calor na cidade de São Paulo.
Foto: Werther Santana/Estadão - 18/09/2023 / Estadão

A Organização Meteorológica Mundial (OMM) apontou que a temperatura média global anual deverá aumentar 1,5ºC acima dos níveis pré-industriais nos próximos cinco anos. A probabilidade de ultrapassarmos o limite estabelecido pelo Acordo de Paris é de 80%, conforme o relatório Atualização Anual para Décadas. 

De acordo com o levantamento, entre 2024 e 2028, o planeta deve ficar entre entre 1,1ºC e 1,9ºC mais quente do que a média de 1850 a 1900. Desde 2015, a chance de exceder o limite de 1,5ºC passou de zero para 80% nos próximos cinco anos, o que mostra um aquecimento global desenfreado. Entre 2017 e 2021, a chance era 20%, enquanto no período de 2023 a 2027 a probabilidade chegava a 66%. 

O relatório foi divulgado junto a um apelo do Secretário-Geral da ONU, António Guterres, por uma ação climática mais ambiciosa. Durante a divulgação dos dados, Guterres alertou: “Não estamos apenas em perigo. Somos o perigo".

Os dados e alertas surgem em meio aos impactos climáticos já avistados em diversas regiões do planeta com ondas de calor, chuva e secas extremas, além de perdas de gelo polar e aceleração do aumento do nível do mar. O Rio Grande do Sul, por exemplo, sofreu com fortes chuvas que desabrigaram mais de 500 mil pessoas, enquanto a Índia enfrentou um calor de 50ºC que ocasionou a morte de pelo menos 50 pessoas. 

O Serviço de Monitoramento das Alterações Climáticas do programa Copernicus (C3S) mostrou que o mês de maio foi o 12º mês consecutivo com temperatura média global recorde, com 1,52ºC. "Embora essa sequência de meses recordes vá em algum momento ser interrompida, a influência das alterações climáticas se mantém e não há sinais de uma alteração nessa tendência", afirma o diretor do C3S Carlo Buontempo.

Fonte: Redação Terra
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