Rio Pinheiros recebe bombeamento para melhorar qualidade da água esverdeada
Operação é realizada pela gestão estadual, que afirma já ter tido uma melhoria em aproximadamente 35% da extensão total do canal
A gestão estadual realizou o bombeamento de água no Rio Pinheiros, em São Paulo, para melhorar a qualidade do curso, considerado em estado crítico por conta da falta de chuvas. A operação foi feita entre a noite de terça-feira, 10, e a madrugada desta quarta, 11, após ser constatada uma coloração esverdeada e turva do canal, provocada pela alta concentração de algas na superfície da água, um indicador de que o rio está poluído e com baixa quantidade de oxigênio para os peixes.
Anderson Esteves, superintendente do Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE), explicou que objetivo do bombeamento é justamente fazer a água do rio se movimentar. "O Pinheiros é um canal nivelado, e, por causa da pouca declividade, a água se move lentamente. A chuva é essencial para o funcionamento do rio e, como não há chuva, o rio se encontra nesta situação crítica", disse. O governo diz que a operação já melhorou em aproximadamente 35% da extensão total do Pinheiros.
A cor esverdeada, que chamou atenção dos moradores de São Paulo, é fruto da alta concentração de algas, que se proliferaram através do consumo de matéria orgânica acumulada em razão da poluição que atinge aa água - vinda de esgotos, por exemplo.
Esse aumento das plantas, porém, indica que a flora aquática tem consumido o oxigênio dissolvido na água, reduzindo essa quantidade disponível para os peixes e demais tipos de fauna.
A cidade de São Paulo vive um período de secas, e a escassez de chuvas contribui ainda mais para a evidência dessa poluição no Pinheiros, em razão da diminuição da circulação e da vazão do rio.
O Pinheiros é dividido em dois canais - um que liga as proximidades da represa Billings até a Usina São Paulo (antiga Usina da Traição), chamado de Superior; e outro que conecta a Usina São Paulo até o encontro com o Rio Tietê, na Estrutura de Retiro, conhecido como Inferior.
A operação de bombeamento, segundo o governo, jogou a água do lado inferior do rio para o canal superior. "A água circula, assim, entre os dois canais, resultando em uma movimentação", informou a gestão estadual, em nota.
Além do DAEE, vinculado à Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil), o trabalho de bombeamento também foi realizado pela Empresa Metropolitana de Águas e Energia (Emae. A operação começou às 18h, de terça, e se encerrou às 5h desta quarta.
"Em seguida, iniciou-se o processo de descarga do excesso de água, que foi redirecionado de volta ao Canal Inferior com a abertura do sangradouro da estrutura da Usina São Paulo. Essa manobra assegura um equilíbrio no fluxo de água, evitando transtornos e promovendo uma melhor qualidade da água no sistema", disse o governo.
A gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos) afirma que a operação "já garantiu melhora na qualidade da água". "Com a operação, obteve-se uma melhoria em aproximadamente 35% da extensão total do canal, que é de 25 km. Com o resultado positivo, a medida será repetida a cada dois dias, enquanto durar esse período crítico, e o governo estuda a necessidade de ampliar essa frequência", informou o comunicado.