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Rios da Amazônia atingem novo recorde de seca e menor nível em mais de 120 anos

Monitoramento do Serviço Geológico do Brasil (SGB) ressalta os efeitos da seca nos rios Negro, Solimões e Amazonas

19 out 2023 - 20h22
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Em Manaus, um menino caminha pelas redondezas do Rio Negro, que atingiu sua maior seca em 121 anos
Em Manaus, um menino caminha pelas redondezas do Rio Negro, que atingiu sua maior seca em 121 anos
Foto: Reprodução/REUTERS/Bruno Kelly

Em meio à estiagem extrema que aflinge a região Norte do Brasil, os rios da Amazônia atingiram novo patamar de seca e o menor nível registrado em mais de 120 anos. O levantamento, feito a partir de dados de monitoramento do Serviço Geológico do Brasil (SGB) do Ministério de Minas e Energia, foi divulgado nesta quinta-feira, 19. 

Segundo o SGB, a Bacia do Rio Amazonas registrou uma nova mínima histórica e a cota está 1 metro abaixo do limiar considerado 'seca extrema'. O nível também está 34 centímetros mais baixo do que durante o enfrentado durante a estiagem de 2010, que provocou estragos devastadores na região. 

O Rio Negro, em Manaus, chegou a 13,29 metros. O Rio Amazonas, na estação de Itacoatiara, ficou em 90 centímetros. O Rio Solimões também alcançou o nível mais baixo da história, com 3,61 metros na estação de Manacapuru - o recorde anterior era de 3,92 metros, atingidos em 2010. 

De acordo com o pesquisador de geociência do SGB Marcus Suassuna, a alteração nos padrões de chuvas provocados pelo El Niño pode fazer com que os rios da Bacia do Amazonas tenham subida lenta e atrasada. 

“Com as chuvas registradas no Peru, o nível do Rio Solimões deve começar a subir nos próximos dias. A estação de Tabatinga é a primeira a sentir a recuperação. Gradualmente, as cotas vão subir nas outras estações em Fonte Boa (AM), Itapeua (AM) e Manacapuru (AM). No Rio Negro, em Manaus, é possível que a descida dos rios siga por mais duas ou três semanas”, afirmou o especialista. 

No Alto do Rio Negro os níveis mínimos deverão ser observados apenas em 2024, aponta Suassuna. “Em locais onde a estiagem ocorre em fevereiro, a situação é bem preocupante porque já são registrados níveis bem baixos, e o prognóstico até fevereiro não é favorável, em razão dos impactos do El Niño na região que seguirão fortes até o primeiro semestre do ano que vem”. 

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Fonte: Redação Terra
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