Tempo seco espalha incêndios pelo interior de SP, que aumentam 37%; veja imagens
Mais de 90% das queimadas em áreas rurais resultam de atividades humanas, aponta pesquisador
O Estado de São Paulo já registrou 311 focos de queimadas este mês, 37% a mais do que no mesmo período de agosto passado, quando houve 227. Apenas nessa quarta-feira, 23, os satélites do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), órgão do Ministério da Ciência, captaram 72 incêndios rurais em todo o Estado.
No acumulado do ano, são 1.080 queimadas em 2023 até agora, número muito próximo das 1.088 registradas em 2022. Conforme o pesquisador Alberto Setzer, do Inpe, mais de 90% das queimadas resultam de atividades humanas.
O número de incêndios em matas continua elevado no Estado, apesar das campanhas realizadas pela Defesa Civil, governo e prefeituras para evitar o uso de fogo na limpeza de mato e prevenir queimadas acidentais. Nesta quarta, um incêndio atingiu uma área verde na Estrada dos Jatobás, em Valinhos, e assustou os moradores de um condomínio devido à altura das labaredas.
No geral, segundo ele, as condições de estiagem e altas temperaturas, até 38 graus, deverão se reduzir com a entrada de uma frente fria com precipitação significativa a partir desta sexta-feira, 25. Setzer lembrou que o Estado está praticamente com o mesmo número de queimadas do ano passado, o que se deve às chuvas próximas ou acima da média nos meses anteriores.
A mecanização da colheita da cana-de-açúcar e a atuação da Polícia Ambiental nas queimadas ilegais, além das campanhas estaduais e municipais, ajudaram a evitar um aumento maior, segundo ele.
Mesmo assim, os números são elevados e causam prejuízo ao ambiente e à população, agravando as doenças respiratórias. Em mais de 90% dos casos, as queimadas e incêndios florestais são causadas por atividades humanas, segundo o pesquisador.
Na América do Norte, incêndios florestais na ilha de Maui, no Havaí, deixaram pelo menos 106 mortos na primeira semana deste mês. Na quarta-feira, 23, autoridades locais informaram que cerca de 1.100 pessoas permaneciam desaparecidas.
Alguns focos de incêndio ainda estão sendo registrados na região. Importantes vias foram fechadas e alguns serviços estão interrompidos. O fornecimento de água potável, por exemplo, não é confiável.