Temporal no RS: Guaíba supera nível máximo histórico e ameaça comportas em Porto Alegre
Guaíba chegou a 4,77 metros na noite desta sexta-feira, 3, superando o recorde histórico de 4,76 metros, registrado em 1941
O Rio Guaíba atingiu, na noite desta sexta-feira, 3, o maior nível já registrado desde o início das medições. De acordo com o Sistema Nacional de Informações Sobre Recursos Hídricos (SNIRH), o corpo hídrico chegou a 4,77 metros de altura, superando o recorde histórico de 4,76 metros, registrado em 1941.
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Em meio ao temporal que atinge o Sul do Brasil e, em especial, o Rio Grande do Sul, as cheias do Guaíba ameaçam a região metropolitana de Porto Alegre. Na capital, autoridades alertam para o risco de que a água possa romper as comportas e causar ainda mais estragos, principalmente no centro da cidade.
Desde a enchente histórica, há 83 anos, essa é apenas a quarta vez que o rio ultrapassa a cota de inundação estabelecida em 3 metros.
O aumento do nível do Rio Guaíba é considerado 'sem precedentes', conforme explicou o governador Eduardo Leite (PSDB) mais cedo nesta sexta-feira. Segundo o chefe do Executivo estadual, a previsão é de que o corpo hídrico supere os 5 metros de altura.
"Há um sistema de proteção, com dique e um muro. Mas esse dique e o muro vão ser colocados à prova neste momento crítico. Mesmo que a gente tenha sistema de proteção e confie, não dá para deixar de alertar que podem ter consequências na área central da cidade e em todo o 4º Distrito", explicou Leite.
As cheias do Guaíba provocam estragos em Porto Alegre desde a última quinta-feira, 2. As inundações afetaram parte do centro histórico, na região do Cais Mauá. Em decorrência das chuvas, o Aeroporto Salgado Filho, de Porto Alegre, suspendeu, na noite desta sexta-feira, pousos e decolagens.
No painel de voos do aeroporto, algumas companhias mantiveram voos que estão previstos para o início da manhã de sábado, 4, enquanto outras optaram por já cancelarem estes.
Temporal no RS
A Defesa Civil do Rio Grande do Sul divulgou, no fim da tarde desta sexta-feira, novo balanço sobre o temporal que atinge o Estado. De acordo com o órgão, foram contabilizadas 39 mortes e 68 pessoas desaparecidas. Ao todo, 265 cidades foram afetadas até o momento pela pior catástrofe climática do Estado.
Os municípios continuam em alerta em razão de mais danos, assim como necessidade de orientação para que a população deixe áreas consideradas de risco.
Apenas nesta sexta, a Defesa Civil emitiu quatro alertas de inundações de rios no Estado. Já são 265 cidades afetadas pelas enchentes, 8.168 desabrigados e mais de 24 mil desalojados.