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Terremoto no Marrocos: número de mortos pode aumentar e resgate de sobreviventes será difícil

A chegada das equipes de resgate às aldeias mais remotas pode levar dias, apontam relatórios.

9 set 2023 - 06h55
(atualizado às 09h45)
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Antiga mesquita na histórica cidade de Marrakech foi bastante danificada por terremoto
Antiga mesquita na histórica cidade de Marrakech foi bastante danificada por terremoto
Foto: Reuters / BBC News Brasil

Um forte terremoto de magnitude 6,8 atingiu o centro de Marrocos e matou pelo menos 820 pessoas, segundo o Ministério do Interior do país.

O epicentro ocorreu nas montanhas do Alto Atlas, 71 quilômetros a sudoeste de Marrakech, a uma profundidade de 18,5 km, segundo o Serviço Geológico dos Estados Unidos.

As vítimas estavam em Marrakech e em várias áreas ao sul, informou o ministério.

Acredita-se que muitas das mortes ocorreram em áreas remotas e de difícil acesso.

O número de vítimas deverá aumentar nas próximas horas e dias, pois o terremoto pode ter afetado até um terço do país.

Os relatórios divulgados até o momento dizem que há grandes dificuldades em chegar às aldeias nas montanhas do Alto Atlas, que foram severamente atingidas pelo tremor.

A chegada das equipes de resgate a esses locais, que têm muitas construções antigas, pode levar dias segundo as autoridades.

Membros da defesa civil procuram sobreviventes em Chichaoua
Membros da defesa civil procuram sobreviventes em Chichaoua
Foto: Reuters / BBC News Brasil

O Ministério do Interior do Marrocos disse que o terremoto matou pessoas nas províncias e nos municípios de al-Haouz, Marrakech , Ouarzazate, Azilal, Chichaoua e Taroudant. Pelo menos 672 pessoas ficaram feridas.

Muitos decidiram passar a noite ao ar livre. O governo do Marrocos orientou que as pessoas não voltassem para casa em caso de tremores secundários mais graves.

Os hospitais em Marrakech registram um alto número de feridos e as autoridades pediram que as pessoas doem sangue.

Há também relatos de famílias presas sob os escombros na cidade e de danos em partes da antiga medina, que é patrimônio mundial da Unesco.

Também é possível ver muita poeira ao redor do minarete da histórica mesquita Kutubiyya, em Marrakech, uma grande atração turística perto da praça principal da cidade velha.

Um homem descreveu ter sentido um "tremor violento" e visto "prédios balançando".

"As pessoas estavam todas em choque e em pânico. As crianças choravam e os pais estavam perturbados", disse Abdelhak El Amrani à agência de notíciass AFP.

Ele disse que a eletricidade e as linhas telefônicas ficaram desligadas por cerca de 10 minutos.

Moradores alarmados de Casablanca saíram de suas casas e acamparam durante a noite nas ruas
Moradores alarmados de Casablanca saíram de suas casas e acamparam durante a noite nas ruas
Foto: Reuters / BBC News Brasil

O epicentro do terremoto numa área remota das montanhas do Alto Atlas foi relativamente raso — e os tremores também foram sentidos na capital Rabat, a cerca de 350 km de distância, bem como em Casablanca e Essaouira.

Edifícios simples em aldeias montanhosas perto do epicentro podem não ter aguentado o tremor e, como ficam em áreas remotas, levará algum tempo para encontrar as vítimas nesses locais.

O jornalista britânico Martin Jay, que mora no Marrocos, foi acordado pelo som de gritos.

Ele disse ao programa Today, da BBC Radio 4, que "nesta noite estranha em quase todas as cidades do Marrocos, muitas pessoas estão sentadas no chão do lado de fora de suas casas ou prédios, porque têm medo de um segundo terremoto".

O terremoto também foi sentido na Argélia, mas as autoridades disseram que ele não causou quaisquer danos ou vítimas por lá.

Na abertura do G20 em Deli, o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, disse que a comunidade internacional dará suporte a Marrocos.

O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sanchez, ofereceu "solidariedade e apoio ao povo de Marrocos".

Já o presidente francês, Emmanuel Macron, disse estar "arrasado" com a notícia e também ofereceu ajuda ao país atingido pelo terremoto.

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