Número de mortos em enchentes no RS sobe para 163; nível do Guaíba fica estável
Escolas de Porto Alegre já iniciaram retorno gradativo às aulas; boletim foi divulgado pela Defesa Civil do estado às 9h desta quinta (23)
163 mortes e 2,3 milhões de pessoas afetadas pela tragédia ocorrida no Rio Grande do Sul foram registradas desde o último boletim divulgado pela Defesa Civil do estado. O nível do Lago Guaíba se manteve estável nas últimas 24 horas, em 3,92 metros. O número ainda está acima da cota de inundação: 3 metros.
Desde o último boletim divulgado pela Defesa Civil do Rio Grande do Sul, o número de mortos nas enchentes subiu. Agora, são 163 vítimas fatais dos temporais que atingem o estado gaúcho. Já o Lago Guaíba se manteve estável nas últimas 24 horas. Foi registrado um nível de 3,92 metros, abaixo dos mais 4 metros em que se manteve por quase um mês. As informações foram divulgadas às 9h desta quinta-feira, 23.
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Já são 468 dos 497 municípios afetados em todo o Rio Grande do Sul. A tragédia no estado já afetou 2.342.460, pouco mais de 20% de toda a população gaúcha. Segundo o último Censo, os moradores do estado somam 10.882.965.
Dos mais de 2 milhões de afetados, 581.643 estão desalojados e 65.762 estão vivendo em abrigos. O número de abrigados, aliás, está caindo durante a semana. De quarta para quinta, foram contabilizadas 3 mil pessoas a menos. Outras 806 pessoas foram encontradas feridas. O número de desaparecidos caiu e, nesta quinta-feira, chegou a 72.
No entanto, o estrago imensurável em todo o estado não impediu o resgate de cidadãos em perigo. De acordo com o boletim, são 82.666 pessoas resgatadas até o momento e 12.440 animais. O efetivo de resgate opera com 27.708 pessoas, 4.069 viaturas, 17 aeronaves e 255 embarcações.
Nível do Guaíba
Depois de vir em uma crescente no nível da água, parece que o Lago Guaíba começou em queda e se estabilizou durante esta semana. Às 9h desta quinta, o nível chegou a 3,92 metros, os mesmos da noite anterior. O registro foi feito pela Agência Nacional de Águas e Saneamento (ANA) no cais do Mauá.
Na terça-feira, 21, foi a primeira vez que o Guaíba atingiu um nível menor que 4 metros em quase um mês: 3,99 metros. Apesar de estar diminuindo, os números ainda estão longe da cota de inundação do lago, que é de 3 metros.
Volta às aulas
Diante da tragédia, boa parte das escolas do estado suspendeu as aulas e até virou abrigo para os moradores que precisaram deixar suas casas. Segundo a Defesa Civil, já são 1.060 instituições de ensino sem funcionar por danificações, problemas de acesso ou por estar atuando como abrigos. Isso impacta cerca de 378.989 estudantes gaúchos.
Apenas uma Coordenadoria Regional de Educação (CREs) ainda não voltou às atividades. Em Porto Alegre, o retorno gradual às aulas começou na quarta-feira, 22. Desde então, cerca de 1.867 escolas já estão recebendo os alunos. Isso representa 79,8% dos 2.340 colégios da capital.
A volta gradativa impacta 741.831 estudantes gaúchos. Destes, 556.404 já estão frequentando a sala de aula novamente, cerca de 75% do total. Das 473 escolas que permanecem sem funcionar, 318 ainda não tem data prevista para retorno.
Acesso ao estado
Não está fácil chegar ao Rio Grande do Sul desde que as enchentes atingiram um estado mais crítico. O Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, segue fechado por tempo indeterminado. Já as estradas estão, em boa parte, bloqueadas.
Segundo o boletim mais recente da Defesa Civil, são 71 trechos com bloqueios totais e parciais em 40 rodovias, entre estradas, pontes e balsas. As informações são do Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer).
Através do porto, também não dá para chegar em Porto Alegre. O local está com operações suspensas até que o nível do Lago Guaíba não esteja mais acima da cota de inundação. Os portos de Pelotas e Rio Grande seguem funcionando normalmente.