Ondas de calor, mortes: quais os riscos do aumento da temperatura global?
Na semana passada, temperatura média global ficou acima de 2ºC em relação à média estimada para níveis da era pré-industrial
Pela primeira vez, a temperatura média global ficou acima de 2ºC em relação à média estimada para níveis da era pré-industrial (1850 - 1900). O valor superou o estabelecido no Acordo de Paris, de 1,5 ºC.
A marca foi superada na última sexta-feira, 17, e divulgada pelo Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus, da União Europeia. Conforme o órgão, a temperatura média global naquele dia foi 2,07ºC acima da média da era pré-industrial.
Mas quais são as consequências desse aumento para o planeta? Com um aquecimento global médio superior a 1,5ºC existe o risco de consequências extremas em muitas áreas, como o aumento de mortes causadas pelo calor.
Segundo um estudo divulgado na revista médica The Lancet, um aquecimento médio superior a 1,5ºC aumentaria em 370% o número de mortes pelo calor até 2050.
Além das ondas de calor, outro risco são as grandes catástrofes climáticas, como super furações e derretimento das calotas polares.
Para evitar esse aumento da temperatura, especialistas apelam, cada vez mais, para que os países diminuam drasticamente e de forma rápida suas emissões de gases de efeito estufa.
Acordo de Paris
Em vigor desde 2016, o Acordo de Paris diz que "vai perseguir esforços para limitar o aumento a 1,5 ºC", e reconhece que, assim, os riscos e impactos das mudanças climáticas seriam reduzidos.
Se em alguns dias a temperatura ficar acima de 2ºC, isso não significa que o limite do pacto terá sido ultrapassado, uma vez que o acordo refere-se a uma média ao longo de três décadas.
No entanto, estudos divulgados nesta semana pela Organização das Nações Unidas (ONU) mostram que o mundo está cada vez mais longe de atingir esse objetivo. Um relatório sobre emissões de gases de efeito estufa mostra que, se países mantiverem apenas o que já está sendo feito, a temperatura média ficará, até 2100, 2,9 ºC acima da era pré-industrial, tornando regiões inabitáveis.
Atualmente, considera-se que o mundo está, em média, quase 1,2ºC mais quente em comparação com a era pré-industrial.
*Com informações da Deutsche Welle.