Script = https://s1.trrsf.com/update-1734630909/fe/zaz-ui-t360/_js/transition.min.js
PUBLICIDADE

Parceria com a Nasa e muralhas: o que cidades brasileiras têm feito para conter o avanço do mar

Levantamento da ONG Climate Central mostrou que sete cidades brasileiras, incluindo seis capitais, enfrentam riscos iminentes de inundação

10 jul 2024 - 05h00
Compartilhar
Exibir comentários
Prefeitura do Rio de Janeiro estabeleceu parceria com a Nasa para monitorar possíveis perigos ambientais
Prefeitura do Rio de Janeiro estabeleceu parceria com a Nasa para monitorar possíveis perigos ambientais
Foto: Divulgação/Nasa

A iminente elevação do nível do mar, acelerada pelo aquecimento global e derretimento de geleiras, põe em risco grandes cidades do litoral brasileiro, que já traçam planos para impedir ou mitigar possíveis danos. No Rio de Janeiro, por exemplo, uma parceria foi estabelecida com a agência espacial norte-americana (Nasa) para monitorar e antecipar ações contra o avanço do oceano

De acordo com um levantamento da ONG Climate Central, 100 cidades, de 39 países diferentes, enfrentam o risco de inundação nas próximas décadas. Destas, sete municípios brasileiros, incluindo seis capitais, estão ameaçados pelo avanço do mar

São elas, além do Rio de Janeiro:

  • São Luís (MA);
  • Fortaleza (CE);
  • Salvador (BA);
  • Recife (PE);
  • Porto Alegre (RS); e
  • Santos, litoral de São Paulo.

É estimado que um total de 2,1 milhões de pessoas sejam afetadas pelo aumento do nível do oceano. O estudo foi realizado a partir de dados do Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (IPCC), que prevê o pior cenário caso não sejam cumpridas as metas de redução de emissão de gases de efeito estufa a nível mundial, além do fracasso em conter o aumento do aquecimento global. 

No Rio de Janeiro, por exemplo, o avanço do oceano provocaria o alagamento em regiões da Barra da Tijuca e em Jacarepaguá, entre outras áreas. Com a parceria da Nasa, já foram construídas políticas públicas municipais alinhadas à Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU), em prol de um planeta sustentável. 

O risco máximo de impacto, segundo análises, foi registrado nas áreas de Guaratiba e Barra de Guaratiba; Vigário Geral e Parada de Lucas; Recreio dos Bandeirantes, e Barra da Tijuca. 

As metas foram descritas no Plano de Desenvolvimento Sustentável e Ação Climática (PDS), publicado em 2021. A Prefeitura do Rio pretende, por exemplo:

  • Manejar 3,4 mil hectares reflorestados;
  • Consolidar 1,2 mil hectares de flores no município;
  • Duplicar a cobertura de árvores em praças e parques;
  • Revitalizar 300 km de vias públicas, com drenagem sustentável e prioridade ao pedestre;
  • Viabiliza obras de drenagem, limpeza e desassoreamento de rios e canais. 

Barreiras e lago artificiais

Para mitigar alagamentos provocados pela ressaca do mar e outras inundações, a Prefeitura de Santos apostou na instalação de barreiras de geobags -- sacos compostos por material geotêxtil cheios de areia. São 49 sacos dispostos em um trecho de 275 metros na orla da cidade. 

Prefeitura de Santos aposta em geobags para conter avanço do nível do mar e mitigar danos provocados pela ressaca
Prefeitura de Santos aposta em geobags para conter avanço do nível do mar e mitigar danos provocados pela ressaca
Foto: Divulgação/Prefeitura de Santos

O processo começou na região da Ponta da Praia, área que pode ser inundada com um aumento de 1,5ºC no aquecimento global. Caso as temperaturas subam a 3ºC, praticamente todas as praias, além de boa parte urbana do município, poderiam ser alagadas.  

Também é prevista uma obra de aprofundamento do canal de navegação portuária, que terá impacto positivo na contenção de ressacas. A ação é realizada em parceria com a Autoridade Portuária. 

Já em Fortaleza, o aumento de 1,5ºC significaria inundação nas praias de Titanzinho e do Futuro. A prefeitura da capital cearense, então, passou a construir um lago subterrâneo artificial sob a Avenida Heráclio Graça, que liga o centro ao bairro Aldeota, que já sofre com inundações. 

A estrutura, de acordo com o projeto, tem capacidade para armazenar 14 mil metros cúbicos de água, o equivalente a 13 piscinas olímpicas. Para a obra, foram investidos R$ 24 milhões. É esperada a substituição do asfalto por piso intervalado com gralhas de drenagem, auxiliando na infiltração da água. 

Prefeitura de Santos aposta em geobags para conter avanço do nível do mar e mitigar danos provocados pela ressaca
Prefeitura de Santos aposta em geobags para conter avanço do nível do mar e mitigar danos provocados pela ressaca
Foto: Divulgação/Prefeitura de Santos

O reservatório será escoado gradativamente ao Riacho Pajeú. As obras, que começaram em novembro de 2023, devem ser concluídas no final deste ano. 

Plano nacional

Em razão da crise que pode se abater sobre as cidades do litoral brasileiro, o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) trabalha na elaboração do Plano Nacional sobre Mudança do Clima, o Plano Clima. A iniciativa inclui a atuação de 20 ministérios e trará estratégias, a nível nacional, para mitigar e adaptar soluções climáticas.  

Segundo a pasta, serão sete planos de mitigação e 15 de adaptação. Em ambos os eixos há planos específicos para cidades e um plano setorial de adaptação focado no oceano. As estratégias nacionais devem entrar em consulta pública a partir do segundo semestre, com o lançamento de planos setoriais previsto para o início de 2025. 

Prefeitura de Fortaleza constrói lago artificial para conter inundações na região do Centro
Prefeitura de Fortaleza constrói lago artificial para conter inundações na região do Centro
Foto: Divulgação/Prefeitura de Fortaleza

A atualização do Plano Clima foi determinada pelo Comitê Interministerial sobre Mudança do Clima (CIM), principal órgão de gerenciamento climático do país, reformulado pelo presidente Lula em junho de 2023. Em setembro, uma resolução do grupo determinou a criação de grupos de trabalho para a construção do novo plano. 

O MMA informou que trabalha ainda na construção do Projeto de Apoio à Elaboração de Planos Municipais de Adaptação do Clima, o AdaptaCidades. A iniciativa busca fomentar a elaboração de 260 planos locais de adaptação nos Estados, mais o Distrito Federal, em que serão identificados riscos potenciais e medidas de adaptação.

Simulação mostra como nível do mar pode afetar cidades brasileiras; veja Simulação mostra como nível do mar pode afetar cidades brasileiras; veja

Estão previstas ações de articulação, capacitação, aplicação de metodologias, disponibilização de informações específicas dos municípios abordados e disponibilização de suporte técnico especializado

*Com informaçõs de Estadão Conteúdo

Fonte: Redação Terra
Compartilhar
Publicidade
Seu Terra












Publicidade