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Pato-mergulhão: ameaçada de extinção, espécie possui menos de 250 aves livres na natureza

Espécie tem ocorrências recentes apenas no Brasil; último registro fora do País foi em 2002

4 out 2024 - 05h03
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Pato-mergulhão corre risco de extinção
Pato-mergulhão corre risco de extinção
Foto: Divulgação/gov.br

O Brasil virou a única casa de uma das aves mais ameaçadas do mundo. Também nativo na Argentina e Paraguai, o pato-mergulhão chegou a ser considerado extinto entre 1940 e 1950, mas apresentou uma pequena recuperação. Hoje, há menos de 250 indivíduos livres na natureza, todos em território brasileiro. 

De acordo com o Instituto Chico Mendes, as ocorrências recentes da espécie em vida livre aconteceram nas bacias hidrográficas dos rios São Francisco, Tocantins e Paraná, em partes dos Estados de Minas Gerais, Goiás e Tocantins. Fora do País, o último registro em solo argentino foi em 2002; no Paraguai, foi em 1984. 

Com as poucas aparições, estima-se que o pato-mergulhão esteja extinto em mais de 90% de sua área de distribuição original. No passado, suas aparições ocorriam também em Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia.

Em levantamento feito em 2019, o animal foi colocado como criticamente ameaçado de extinção, segundo a Lista Vermelha da IUCN. Essa redução da comunidade da espécie é bastante influenciada por sua fragilidade aos impactos ambientais, principalmente por causa da baixa diversidade e altas taxas de cruzamento entre parentes próximos.

Por esses motivos, a construção de empreendimentos como barragens, aumento dos sedimentos na água em decorrência da retirada da vegetação e poluição dos rios são fatores que ameaçam a vida do pato-mergulhão.

Características do pato-mergulhão

Uma das características do pato-mergulhão é a monogamia. Ou seja, os casais possuem fortes laços de união e têm um único parceiro. No quesito reprodutivo, os principais meses são entre maio e setembro. 

A ninhada tem até oito ovos, que são colocados em fendas nas rochas, ocos de árvores e cavidades em barrancos de terra nas margens dos rios. Após a quebra, os filhotes deixam o ninho no dia seguinte, mas permanecem com os pais por cerca de seis meses.

Já no comportamento, além da lealdade ao parceiro, o pato-mergulhão também é sedentário, e fica apenas em determinado trecho do rio. Mesmo em momento de descanso, a espécie se mantém alerta às aproximações, inclusive de seres humanos.

A caça acontece em remansos e corredeiras, enquanto o descanso é feito em rochas, pedras ou troncos no curso d'água. Sua alimentação é baseada em peixes, que são capturados durante mergulhos.

Pela característica física, o pato-mergulhão tem a pesca favorecida pelo bico longo e serrilhado, além da visão acurada que favorece na observação da água. Esse olhar, porém, permite que o animal sobreviva apenas em águas límpidas e transparentes.

Fonte: Redação Terra
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