Pesquisadores confirmam 'surto massivo' de grive aviária pela primeira vez na Antártida
Até então, continente era o único sem registros da doença; dez animais mortos foram testados e tiveram a causa do óbito confirmado
Pesquisadores identificaram, pela primeira vez na história, aves mortas pelo vírus da gripe aviária H1N5 na Antártida, até então o único continente que não tinha registros da doença. Um relatório divulgado pela expedição aponta que ao menos 50 mandriões-antárticos foram encontrados mortos pelo vírus, no que foi classificado como um 'surto massivo'.
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Os casos foram notificados na última segunda-feira, 8, após um mês de expedições no Mar Weddel, na península antártica, a bordo de um veleiro. Ao jornal El Pais, os pesquisadores espanhois Antonio Alcamí e Begoña Aguado contaram que os mandriões, uma espécie de ave migratória, foram encontrados mortos, com gripe, em quatro das dez áreas análisadas.
Uma das áreas pesquisadas foi a Ilha Bico. Lá, onde os cientistas encontraram uma colônia de mandriões, foram contabilizadas 80 aves vivas e outras 50 mortas pela gripe aviária. Os resultados foram avaliados pelo Centro de Biologia Molecular de Madrid e, segundo o virologista Severo Ochoa, a humanidade enfrenta 'a pior crise de gripe aviária da história'.
Foram analisados 10 dos 50 mandriões mortos, com a ajuda de um equipamento de testagem instalado a bordo do veleiro. Todos testaram positivo para a doença, explicaram os pesquisadores. O vírus da gripe aviária é altamente contagioso entre as aves, alertam.
A doença, segundo o virologista, já estava espalhada sobre os cinco continentes. Pesquisadores, então, acompanhavam com tensão um possível desenvolvimento do vírus na Antártida. O primeiro caso foi registrado em 24 de fevereiro.
"Esse novo subtipo do vírus, chamado de H1N5 2.3.4.4.b, surgiu em 2021 e, desde então, causou a morte de centenas de milhões de aves em cativeiro e outros milhões de aves selvagens", explica Ochoa.