RS: nível do Guaíba ultrapassa 4 metros, e água invade rodoviária de Porto Alegre
A última vez que o rio Guaíba passou de 4 metros foi em 1941, quando chegou a 4,76 metros
O nível do Guaíba, em Porto Alegre, superava a marca de 4,20 metros na madrugada desta sexta-feira, 3, e segue subindo após as fortes chuvas que atingem o Rio Grande do Sul. A informação é do serviço de meteorologia Metsul.
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A última vez que o rio Guaíba passou de 4 metros foi em 1941, quando a cota máxima foi de 4,76 metros. Desde a enchente histórica, essa é apenas a quarta vez que o rio ultrapassa a cota de transbordamento de 3 metros.
Com a elevação do nível do rio, a água invadiu o Cais Mauá, no centro histórico da capital gaúcha, onde o limite de inundação é de 3 metros.
A estação rodoviária de Porto Alegre também está alagada. O gerente de operações, Jorge Rosa, disse à RBS TV que 95% das viagens estão suspensas e que as passagens que já foram compradas não perderão a validade.
Na quinta-feira, 2, a Prefeitura de Porto Alegre já havia informado que o nível do rio Guaíba podia chegar aos 4 metros de altura. A prefeitura fechou as comportas do sistema de proteção contra enchentes, mas alertou que há riscos de inundação no centro histórico e nos bairros do 4º Distrito, como Humaitá, Navegantes, São Geraldo e Floresta.
A Defesa Civil do Estado emitiu orientação expressa para que os moradores de áreas de risco próximas ao Guaíba, em Porto Alegre, Guaíba e Eldorado do Sul, deixem suas casas e procurem abrigos públicos ou locais de segurança alternativos durante a elevação do nível do rio.
O Guaíba recebe as águas de diversos rios gaúchos, como o Jacuí, Gravataí e Sinos. O corpo hídrico, então, deságua na Lagoa dos Patos, que desemboca no Oceano Atlântico. O rompimento da barragem 14 de Julho, que aflui no Rio Taquari, também é monitorado pela Defesa Civil.
Temporal no Rio Grande do Sul
Ao menos 235 municípios foram afetados pelas fortes chuvas que atingem o Rio Grande do Sul desde a segunda-feira, 29, segundo a Defesa Civil do Estado. Nesta sexta-feira, 3, subiu para 31 o número de mortes, ao menos 74 pessoas estão desaparecidas, 56 feridas e mais de 17 mil moradores estão desalojados.
Até o momento, mais de 350 mil pessoas foram afetadas pelas chuvas. Além dos desalojados, 7.165 estão em abrigos fornecidos pelas prefeituras.
Em entrevista coletiva na quarta-feira, 1º, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, afirmou que a destruição causada pelas chuvas deve resultar no "maior desastre da história" gaúcha em termos de prejuízo material.
"Nós não teremos capacidade de fazer todos os resgates", afirmou o político. "Será o maior desastre que o nosso Estado já tenha enfrentado. Infelizmente maior do que o que nós assistimos no ano passado", acrescentou ele.
Nas redes sociais, o governador ainda comparou a situação das chuvas a um cenário de guerra. "Precisamos da participação efetiva e integral das Forças Armadas na coordenação deste momento, que é como o de uma guerra. Não temos um inimigo para ser combatido, mas temos muitos obstáculos", escreveu.