“Sustentabilidade não é um peso financeiro”, afirma Miss Brasil que participou da Semana do Clima
Após passar o reinado, Mia Mamede se dedica a causas ambientais e virou porta-voz de projeto da ONU
Algumas mudanças sociais têm ocorrido de forma bastante lenta e gradativa, quem nem sempre correspondem com a urgência da causa. A maneira como a sociedade enxerga as mulheres têm mudado, mas quando se trata das misses, tudo fica um pouco mais complicado. A Miss Brasil 2022, Mia Mamede, já começou o reinado com uma marca mais verde, se tornando primeira Miss Brasileira a usar uma faixa 100% sustentável! (com garantia e rastreamento).
Seu interesse pela causa social e ambiental, começou cedo, aos 14 anos, mais se elevou a outro patamar depois do concurso, e ela tem se esforçado para as pessoas verem o papel da miss com outra ótica. “Esse título traz os olhares, a atenção para mim, então preciso levar com muita responsabilidade a minha mensagem. Agora posso participar de diversos eventos voltados para o meio ambiente, como o Brazil Climate Summit, e poder me sentar nessas mesas”, confessa ela, em entrevista exclusiva ao Terra.
Na última semana, Mia esteve em Nova York, nos Estados Unidos, para participar de eventos sobre sustentabilidade e o futuro nos quarteirões da Organização das Nações Unidas (ONU). Em um dos eventos chegou a encontrar com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. A miss, se tornou porta-voz dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, conhecidos como ODS, desenvolvidos pela entidade.
Segundo ela, o convite partiu da própria ONU, que busca uma voz para capitalizar o conhecimento desses objetivos. “O próprio movimento [pelo clima] não sente que o diálogo está forte o suficiente”, afirma.
Em suas viagens, proporcionadas pela agenda de Miss Brasil, Mia escolheu visitar lugares pouco explorados por outras detentoras do título, e, com isso, acabou conhecendo projetos que incentivam a sustentabilidade.
“Eu visitei o projeto Onçafari [roteiro de ecoturismo no Pantanal], que mostrou que a onça viva vale mais que a onça morta. Toda uma nova economia surge de um projeto que tem em sua raiz a preservação. Sustentabilidade não é um peso financeiro. Não quero, como economista, que as pessoas vejam que a sustentabilidade é um peso financeiro, mas a criatividade, a inovação é a verdadeira resposta para a sustentabilidade”, conta.
A miss ressalta a importância de trazer o mais jovens para o centro das discussões sobre o clima. “A grande palavra é transição, transição energética, transição para que a cidade se torne uma verde, mas nós não podemos estar falando sobre transição daqui a 10, 20 anos, senão a gente vai estar rodando nessa mesma roda de hamster, fazendo o mesmo. Precisamos preparar a geração Z para que eles, desde a raiz dos seus projetos, já tenha a sustentabilidade embutida em tudo que é feito”, defende.