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Amazônia: Fotógrafos expõem múltiplos olhares sobre a floresta em feira de arte; veja imagens

Evento tem espaço dedicado a fotografias que documentam a maior floresta tropical do mundo

24 ago 2022 - 05h10
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Múltiplas Amazônias. Sob o olhar de seis fotógrafos, a maior floresta tropical do mundo ganha um mosaico de interpretações que fogem do lugar comum. A partir desta quarta-feira, 24, os trabalhos de Paula Sampaio, Marcela Bonfim, Rogério Assis, Edu Simões, João Farkas e Lalo de Almeida podem ser vistos na feira SP-Arte, Rotas Brasileiras. A iniciativa é da rede Uma Concertação pela Amazônia, que reúne mais de 500 lideranças entre instituições, empresas e pessoas físicas para buscar soluções para a conservação e o desenvolvimento sustentável.

Foto de Rogério Assis, na exposição Uma Concertação pela Amazônia - Rotas Brasileiras; a floresta vista de cima e as árvores cortadas, lado a lado
Foto de Rogério Assis, na exposição Uma Concertação pela Amazônia - Rotas Brasileiras; a floresta vista de cima e as árvores cortadas, lado a lado
Foto: Rogerio Assis/Divulgação / Estadão

O objetivo é mostrar a multiplicidade de representações da região e valorizar o trabalho de artistas locais, diz Fernanda Rennó, facilitadora dos Grupos de Trabalho de Cultura e de Educação na Concertação, que terá um estande de 100 metros quadrados no evento, com curadoria do pesquisador, fotógrafo e jornalista Eder Chiodetto. "Existe um desconhecimento enorme sobre a Amazônia, mesmo na educação formal nós não somos ensinados a olhar e existem várias amazônias", afirma Fernanda.

Madona Negra, foto de Marcela Bonfim, está na exposição Uma Concertação pela Amazônia - Rotas Brasileiras; Marcela revela uma Amazônia Negra
Madona Negra, foto de Marcela Bonfim, está na exposição Uma Concertação pela Amazônia - Rotas Brasileiras; Marcela revela uma Amazônia Negra
Foto: Marecela Bonfim/Divulgação / Estadão

Uma delas é a Amazônia negra, retratada na obra de Marcela Bonfim, paulista de Jaú que há dez anos vive em Porto Velho, Rondônia. Economista, ela traça um paralelo entre sua trajetória e a dos imigrantes negros na região Norte do País. Sua mudança para o Estado amazônico se deu em meio à busca por emprego que não se concretizava no Sudeste.

"Eu não tinha relação com essa região e as imagens que eu tinha da Amazônia eram as imagens da Amazônia indígena", afirma.

Foto de Joao Farkas está na exposição Uma Concertação pela Amazônia-Rotas Brasileiras
Foto de Joao Farkas está na exposição Uma Concertação pela Amazônia-Rotas Brasileiras
Foto: João Farkas/Divulgação / Estadão

Cem anos antes, moradores da Ilha de Barbados deixaram o Caribe para trabalhar na construção da ferrovia Madeira-Mamoré. A presença de seus descendentes está no trabalho de Marcela. Suas fotos revelam uma face dos moradores da Amazônia que está longe de fazer parte do senso comum. "Eu não tinha relação com essa região e as pessoas me perguntavam na rua se eu era barbadiana", diz.

Os corpos negros em diáspora são parte do mosaico amazônico, uma região em que a paulista se encontrou como parte de uma comunidade e viu as portas da expressão artistica se abrirem. Em São Paulo, a economista sonhava com uma carreira no mercado financeiro; em Porto Velho, se deparou com uma realidade em que os dias parecem maiores e a pluralidade da arte cabe em sua vida . "É a diferença entre ver e enxergar", diz.

Nascido em Belém e radicado em São Paulo, Rogério Assis não vê diferenças entre as questões sociais e ambientais da Amazônia. "A questão é 100% socioambiental, uma tem influência na outra", afirma o fotógrafo que iniciou sua carreira em 1988, documentando etnias indígenas para o Museu Emílio Goeldi, em Belém. Com passagens por veículos de comunicação como a Agência Estado e a Folha de S.Paulo, seu trabalho na floresta promove o diálogo entre a causa socioambiental e as artes com retratos contrastantes da beleza natural e a destruição.

Foto de Edu Simões está na exposição Uma Concertação pela Amazônia - Rotas Brasileiras
Foto de Edu Simões está na exposição Uma Concertação pela Amazônia - Rotas Brasileiras
Foto: Edu Simões/Divulgação / Estadão

Para ele, a presença na SP-Arte é oportunidade para levar a um público distante da realidade da floresta tropical as questões pertinentes ao desenvolvimento e preservação do território amazônico. "É uma dificuldade atingir um público que não é familiarizado com esse assunto, então é importantíssimo furar essa bolha", afirma.

Foto de Lalo de Almeida está na exposição Uma Concertação pela Amazônia- Rotas Brasileiras; na foto, índios  Mundurukus em uma fila no aeroporto de Altamira após protesto contra a construção da usina de Belo Monte 
Foto de Lalo de Almeida está na exposição Uma Concertação pela Amazônia- Rotas Brasileiras; na foto, índios Mundurukus em uma fila no aeroporto de Altamira após protesto contra a construção da usina de Belo Monte
Foto: Lalo de Almeida/Divulgação / Estadão

A curadoria A SP-Arte, Rotas Brasileiras, vai até o dia 28, das 12 às 20h, na Arca, na Avenida Manuel Bandeira, Vila Leopoldina, zona oeste de São Paulo. A entrada custa R$ 50 (R$ 25 a meia-entrada para estudantes, pessoas com deficiência e pessoas com mais de 60 anos). Crianças até dez anos não pagam.

Foto de Paula Sampaio está na exposição Uma Concertação pela Amazônia - Rotas Brasileiras
Foto de Paula Sampaio está na exposição Uma Concertação pela Amazônia - Rotas Brasileiras
Foto: Paula Sampaio/Divulgação / Estadão
Estadão
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