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Bolsonaro promete corte maior de emissões de gases estufa

Nova previsão é de reduzir em 50% o nível de poluição do Brasil na atmosfera - antes era 43%

1 nov 2021 - 11h50
(atualizado às 12h30)
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O presidente Jair Bolsonaro e o ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, anunciaram aumento da meta climática do País em discursos transmitidos no pavilhão do Brasil na Conferência do Clima (COP-26), em Glasgow. Segundo o anúncio do governo federal, a nova previsão é cortar 50% das emissões de gases de efeito estufa até 2030 - antes, esse patamar era de 43%. O governo federal tem sofrido pressão internacional para melhorar seus compromissos contra o aquecimento global após uma revisão que deixou menos ambiciosos os compromissos climáticos do País.

Bolsonaro foi um dos alvos de pedido de indiciamento pela CPI da Covid-19
Bolsonaro foi um dos alvos de pedido de indiciamento pela CPI da Covid-19
Foto: ANSA / Ansa - Brasil

Especialistas afirmam que o governo foi responsável por uma 'pedalada climática'. Isso porque a meta de 43% de cortes nas emissões até 2030 tomava como base os lançamentos de gases estufa na atmosfera em 2005. Mas o governo federal fez um recálculo da base de emissões, o que aumentou essa quantidade de gases emitidas em 2005. Com isso, ainda que a taxa de corte não tenha sido alterada, o ponto de partida das emissões ficou maior, o que piorou a proposta. A revisão é alvo de ação contra o governo na Justiça.

A gestão Bolsonaro também disse que vai oficializar na COP-26 a meta de atingir em 2050 a neutralidade (saldo zero) de carbono, o que significa equilibrar todo CO2 liberado com absorção equivalente desse gás, com o reflorestamento, por exemplo. Esse prazo foi responsável por um impasse na reunião das 20 economias mais ricas do globo (G-20) neste fim de semana. Enquanto Estados Unidos, União Europeia e o Reino Unido defendem esse prazo de 2050, a resistência de países como China, Índia e Rússia tirou menção a uma data específica da declaração final. Em abril, o governo brasileiro já havia sinalizado que adotaria 2050 como referência.

Os novos anúncios do governo são uma tentativa de driblar a desconfiança internacional em relação ao Brasil na pauta do meio ambiente, diante da recente alta de desmate e incêndios na Amazônia. Na gravação, Bolsonaro destacou a necessidade de esforços para a conservação da floresta e para a criação de "empregos verdes". Leite também defendeu que Estados mais ricos sejam "mais ambiciosos" em suas metas para reduzir a poluição atmosférica.

Estadão
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