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Brasil mantém meta de zerar desmatamento ilegal na Amazônia até 2030, diz Salles

Ministro do Meio Ambiente diz que mudança no Plano Plurianual (PPA) de 2020 a 2023 não acaba com objetivo a longo prazo

4 ago 2020 - 15h25
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BRASÍLIA - O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, disse nesta terça-feira, 4, que mudança no Plano Plurianual (PPA) de 2020 a 2023 não acaba com meta do Brasil de zerar o desmatamento ilegal na Amazônia até 2030. O compromisso foi firmado pelo Acordo de Paris.

A manifestação de Salles foi feita em entrevista à imprensa, após o Estadão revelar que o Meio Ambiente pede para ser desconsiderado o objetivo de reduzir desmatamentos e queimadas ilegais em 90% em todos os biomas do País, previsto no PPA. Em troca, a pasta deseja comprometer-se a conservar 390 mil hectares de floresta nativa na Amazônia, área menor do que 0,1% da Amazônia Legal.

Salles afirmou que a mudança no plano tem como objetivo traçar uma estratégia "ano a ano" para conseguir zerar o desmatamento na Amazônia até 2030. "Essa sugestão foi discutida com o Ministério da Economia, inclusive numa reunião virtual na semana passada. E ficou o consenso de que essa forma de fazer o atingimento da meta, através de passos concretos, é a maneira mais adequada", disse o ministro.

Como mostrou o Estadão, a área técnica da Economia reconheceu que a meta pode ser alterada, mas considerou a alternativa apresentada por Salles insuficiente. "Tem-se que a meta proposta para o combate ao desmatamento e incêndio florestal no País objetiva proteger 0,07% da cobertura florestal amazônica com um projeto piloto de pagamento de serviços ambientais da floresta. Dessa maneira, acreditamos que o Programa Floresta+ é relevante, porém insuficiente", afirma o documento da equipe econômica. O programa citado foi lançado recentemente e ainda está em fase embrionária.

Salles não explicou se o acordo com a Economia é para acatar a meta de conservar 390 mil hectares na Amazônia, ou se a sugestão será ampliada, como recomendou a equipe de Paulo Guedes. A meta de quatro anos proposta pelo ministro corresponde a aproximadamente um terço do que foi desmatado no bioma amazônico no período de julho de 2018 a agosto de 2019. Neste intervalo, a destruição total da floresta chegou a 1 milhão de hectares, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

A nova proposta ainda acaba com metas para os demais biomas brasileiros. O PPA foi aprovado em dezembro passado pelo Congresso e sancionado pelo presidente Jair Bolsonaro, que não vetou a meta questionada pelo Meio Ambiente. O plano serve para balizar a elaboração do Orçamento da União.

Estadão
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