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COP é onde apontam o dedo para os outros, reclama Bolsonaro

Presidente vinculou as pressões sobre o Brasil à competição de commodities e produtos agrícolas brasileiros no exterior

13 nov 2021 - 20h32
(atualizado às 20h55)
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Presidente Jair Bolsonaro durante cerimônia no Palácio do Planalto
07/10/2021 REUTERS/Ueslei Marcelino
Presidente Jair Bolsonaro durante cerimônia no Palácio do Planalto 07/10/2021 REUTERS/Ueslei Marcelino
Foto: Reuters

O presidente Jair Bolsonaro fez críticas à Cúpula do Clima (COP 26) das Nações Unidas neste sábado, dia 13, em Dubai, no primeiro dia de compromissos nos Emirados Árabes Unidos. As negociações climáticas se estenderam em Glasgow, para a conclusão de um acordo global.

"A COP 26 é um local onde quase todos apresentam os problemas para os outros resolverem. Onde todo mundo tem a solução para o problema apontado o dedo para os outros", reclamou Bolsonaro, que não viajou à conferência na Escócia, em conversa com jornalistas. "Somos os que mais contribuímos para não emissão de gases estufa e que por vezes mais pagamos a conta, mais somos atacados."

Para Bolsonaro, o governo faz o possível e colabora cada vez mais para mitigar as mudanças climáticas, principal meta do Acordo de Paris. Ele vinculou as pressões sobre o Brasil à competição de commodities e produtos agrícolas brasileiros no exterior.

"Vão boicotar produtos do Brasil, vão comprar de onde? Da Lua? Só pode ser da Lua, né, ou de Marte, Saturno, deve ser", questionou Bolsonaro.

O presidente também disse que considera que países como China, Índia e Estados Unidos, que emitem mais gases estufa historicamente do que o Brasil, "não assinaram nada". O Brasil aderiu ao acordo mundial para cortar a emissão de metano em 30% até 2030, pressionado por europeus e norte-americanos. "Nós fazemos o possível, temos um bom ministro do Meio Ambiente (Joaquim Leite). Fizemos um acordo na questão do metano, é pum do boi, dentre outras coisas é a decomposição de matéria orgânica também", disse Bolsonaro.

Bolsonaro também disse que o Brasil enfrenta problemas com o fornecimento de fertilizantes para o campo, vindos da Bielorrússia e China. Ele vinculou o problema à pressão por uso de energia menos poluente. "Não tem energia limpa com a velocidade que ser quer, com menos energia, de fontes fósseis, fontes de carbono, menos produção disso que nós precisamos para agricultura. Problema na ponta da linha: diminui a nossa produtividade e aumenta de preço. O mundo todo está com esse problema", afirmou o presidente.

Dubai é a primeira de três paradas do giro árabe de Bolsonaro. Ele também irá inaugurar a embaixada do Brasil em Manama, no Bahrein, e participar de encontros políticos e econômicos em Doha, no Catar.

Ele conversou neste sábado com o Emir de Dubai, Mohammed bin Rashid Al Maktoum, na Expo 2020. O presidente disse que a conversa foi apenas uma cortesia e ocorreu de forma extraordinária a pedido do xeique. Segundo ele, há intenção dos Emirados Árabes em ter um posto da Embrapa no Oriente Médio. Bolsonaro não quis dar mais detalhes sobre o pedido.

Petrobras

Bolsonaro voltou a dar declarações, no exterior, que sinalizam insatisfação com a Petrobras. "Se pudesse ficaria livre da Petrobrás", disse Bolsonaro, ressaltando que não manda nem interfere na política de preços da empresa. No G20, na Itália, ele havia declarado que a estatal "é um problema", e em seguida o governo incentivou discussões sobre a privatização da companhia. O presidente disse que não tratou do tema na conversa com o xeique, mas antecipou que o País não tem interesse nesse momento em integrar a Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo).

Bolsonaro defendeu novamente a fixação de alíquota nacional do ICMS, mas disse que não deseja entrar em confronto com governadores. "Ninguém quer encrenca com ninguém", disse o presidente, embora tenha defendido que o povo pressione nos Estados que estão cobrando mais. Segundo ele, eventuais reduções no valor do combustível não são experimentadas pelo consumidor final.

PEC dos precatórios

O presidente disse que considera "mais difícil" de aprovar no Senado do que na Câmara dos Deputados a PEC dos precatórios, que posterga dívidas reconhecidas pela Justiça e abre espaço para o pagamento do Auxílio Brasil, alterando a regra de correção teto de gastos. "O único voto que mando lá dentro é o do Flávio", afirmou, em referência ao filho senador. Bolsonaro disse que o governo não tem como pagar os R$ 90 bilhões em precatórios adiados pela PEC respeitando o teto de gastos: "Para tudo no Brasil".

Sem citar nomes de pré-candidatos a presidente, Bolsonaro voltou a reclamar da posição de presidente da República e relatou que passa parte de seu tempo "desarmando armadilhas".

"Vocês acham que querem a minha cadeira por que? É um saco, é uma merda aquela cadeira, só problema. Não é pelo salário. É o poder, poder fantástico para o bem e para o mal. 50% do meu tempo é tomado para desarmar armadilhas contra a gente", disse o presidente.

Suíte de R$ 45 mil

O presidente disse que "jamais ficaria", se tivesse que pagar, no hotel Habtoor Palace, oferecido como cortesia à comitiva brasileira. Ele afirmou que a diária na suíte em que está dormindo em Dubai custa R$ 45 mil.

Segundo o presidente, o governo dos Emirados Árabes Unidos ofereceu o custeio da hospedagem para Bolsonaro e a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, e mais dez quartos para autoridades do primeiro escalão. "É 0800", disse Bolsonaro, em referência à estadia gratuita.

O presidente disse que só saiu para comer fora do hotel, numa pizzaria que leva o nome de Michelle, porque "o Paulo Guedes pagou". "Ele está na minha mão", ironizou Bolsonaro. Bolsonaro disse que quem é casado "sabe da dificuldade para sair com a esposa" e que deu 1 mil dólares para Michelle ir passear num shopping. "Não tenho mais paciência para ficar no shopping. Saquei 1 mil dólares e dei na mão dela", afirmou a jornalistas.

Estadão
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