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Empresa francesa deve pagar US$ 18 milhões em Taiwan por doença de operários

17 abr 2015 - 08h50
(atualizado às 08h50)
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A empresa francesa Thomson deverá pagar US$ 560 milhões de dólares taiuaneses (cerca de US$ 18 milhões) aos antigos trabalhadores de uma fábrica em Taiwan da companhia RCA, entre os quais 200 morreram de câncer, anunciou nesta sexta-feira o Tribunal de Distrito de Taipé.

A americana Radio Company of America (RCA) tinha uma fábrica em Taoyuan, no norte da ilha e fechada em 1992, onde entre os trabalhadores foram registrados mais de 1,5 mil casos de câncer de fígado e pulmão, o que levou a suspeitar de uma correlação entre a poluição causada pela fábrica e as doenças.

A empresa produziu televisores e semicondutores durante 23 anos, e utilizou os solventes industriais percloroetileno e tricloroetileno, que segundo cientistas são substâncias cancerígenas e que contaminaram o solo.

A maioria dos operários entre os cerca de 100 mil que passaram pelas instalações durante esses anos eram mulheres de entre 18 e 40 anos, e, devido à contaminação química, os terrenos onde a fábrica se localizava foram declarados tóxicos em 1998.

A General Electric, que comprou a RCA em 1986, e depois o grupo francês Thomson, que adquiriu em 1987 sua divisão de eletrônica de consumo, herdaram a responsabilidade pela contaminação e dedicaram recursos para limpar a antiga sede da fábrica.

Um dos empregados da RCA em Taoyuan, Wu Chih-kang, que trabalhou por 18 anos na fábrica, assegurou que nunca foi advertido sobre os perigos dos produtos químicos que manejavam e que era dispensados em poços ou ralos.

Além dos 1,5 mil casos de câncer de fígado e pulmão, muitas mulheres sofreram com câncer de mama, ovários e útero, assim como abortos espontâneos.

Um porta-voz de Thomson precisou que um estudo do governo de Taiwan não descobriu relação clara entre os casos de câncer e as instalações da fábrica da RCA em Taoyuan.

No entanto, o Tribunal de Taipé, após 15 anos de litígio, concedeu hoje uma compensação às famílias dos operários afetados por casos de câncer.

EFE   
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