Fernando de Noronha já tem turistas além da sua capacidade
Taxa foi alvo de questionamento do presidente Bolsonaro. Valor é revertido para melhorias da área e na preservação do ecossistema
Alvo de questionamento do presidente Jair Bolsonaro por cobrar ingresso, o Parque Nacional de Fernando de Noronha recebe mais turistas do que o limite fixado em seu plano de manejo. A taxa, revertida em melhorias da área e na preservação do ecossistema, também é defendida por ambientalistas, que veem risco de piora da estrutura se houver mudança.
No fim de semana, Bolsonaro compartilhou no Facebook vídeo de autoria desconhecida feito em uma praia do parque, que estava praticamente deserta. Ele disse que vai rever a cobrança - de R$ 106 para brasileiros e R$ 212 para estrangeiros, válida por dez dias -, feita desde 2012. "Isso explica porque quase inexiste turismo no Brasil", publicou Bolsonaro, que chamou a cobrança de "roubo".
Mas, em 2018, cerca de 100 mil pessoas compraram ingresso para o parque, segundo dados do ICMBio, órgão do Ministério do Meio Ambiente. O total de visitas foi de 541,9 mil. O índice é superior ao limite previsto no plano de manejo, de 2005, de 89,7 mil visitantes ao ano. Em alta temporada, a ilha recebe até 1,2 mil visitantes ao dia.
Segundo o ICMBio, 70% do valor do ingresso é revertido em ações de melhorias e "todo visitante colabora diretamente com a conservação dos recursos naturais", segundo nota no site do órgão. O turista também paga taxa de permanência, de R$ 73,52 por dia, cobrada pelo governo de Pernambuco. Questionado nesta segunda, o ICMBio não respondeu até 20h45.