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Fundo Amazônia: municípios poderão receber verba doada por outros países; veja valores e regras

Repasses serão feitos para cidades que apresentarem iniciativas relacionadas à preservação da floresta

25 jul 2023 - 18h26
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O Comitê Orientador do Fundo Amazônia (Cofa) definiu nesta terça-feira, 25, que municípios poderão ter acesso a recursos para financiar iniciativas relacionadas à preservação da floresta. O grupo estabeleceu diretrizes consideradas estratégicas para aplicar o dinheiro que vão desde regularização fundiária até prevenção do desmatamento e incêndios.

Atualmente, há R$ 3,9 bilhões em caixa no Fundo Amazônia. O dinheiro vem de países como Alemanha e Noruega. De acordo com as regras, os projetos poderão receber, no mínimo, R$ 5 milhões, e, no máximo, 5% do saldo disponível em caixa.

As reuniões do Cofa foram retomadas neste ano e atualmente há 14 projetos em análise. Em fevereiro, o fundo abriu recebimento de propostas emergenciais com foco na população indígena, devido à crise humanitária na Terra Indígena Yanomami.

Serão valorizados pelo comitê gestor do Fundo Amazônia projetos relacionados ao planejamento de infraestrutura necessária ao desenvolvimento sustentável da região
Serão valorizados pelo comitê gestor do Fundo Amazônia projetos relacionados ao planejamento de infraestrutura necessária ao desenvolvimento sustentável da região
Foto: Dida Sampaio/Estadão / Estadão

"A grande novidade é a possibilidade de os municípios se organizarem para participar de projetos apoiados pelo Fundo Amazônia. Evidentemente que serão projetos com compromisso de promover a redução do desmatamento, porque esse é o objetivo do Fundo Amazônia. Portanto, (inclui) todas ações que esse grupo de municípios puder apresentar conjuntamente entre eles e com os governos estaduais e federal", explicou o secretário executivo do Ministério do Meio Ambiente, João Paulo Capobianco.

O governo planeja um edital específico para agilizar a análise das propostas e a implementação dos projetos. "Estamos organizando toda uma ação a partir do Ministério do Meio Ambiente para que os municípios colaborem com governos estaduais e o governo federal na identificação de áreas prioritárias para recomposição florestal, inclusive para identificação de frentes de desmatamento", explica a diretora socioambiental do BNDES, Tereza Campello.

Entre os oitos eixos definidos pelo comitê para orientar os investimentos estão iniciativas relacionadas à bioeconomia; ao fortalecimento da governança ambiental por meio da regularização fundiária; à destinação de florestas públicas para conservação e uso sustentável; ao aprimoramento das capacidades de prevenção e controle do desmatamento.

Também serão valorizados projetos relacionados ao planejamento de infraestrutura necessária ao desenvolvimento sustentável; à inclusão socioprodutiva de agricultores familiares, povos indígenas, assentados e populações tradicionais; entre outros.

Criado em 2008, durante o segundo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o Fundo Amazônia promove a captação de recursos estrangeiros para destinação a ações de proteção da Floresta Amazônica. Em 2019, o fundo foi deixado de lado pelo governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. Em 1.º de janeiro, quando Lula assumiu a Presidência, o mecanismo foi retomado.

Neste ano, quatro novos doadores se comprometeram a destinar recursos: Suíça, Estados Unidos (US$ 500 milhões), Reino Unido (80 milhões de libras esterlinas) e União Europeia (20 milhões de euros).

Além disso, a Alemanha anunciou em janeiro novo aporte ao fundo, no total de 35 milhões de euros, dentro de um pacote mais amplo de 203 milhões de euros, em iniciativas ambientais e climáticas no País. A Alemanha é o segundo maior doador histórico do Fundo Amazônia - atrás apenas da Noruega.

Estadão
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