Governo de Sergipe vai usar boias para evitar que óleo contamine Rio São Francisco
Boias foram cedidas pela Petrobras; rio é responsável pelo fornecimento de 60% da água consumida pelos sergipanos
ARACAJU - O governo de Sergipe anunciou nesta terça-feira, 8, que vai colocar boias absorventes para evitar que o óleo que manchou o litoral nordestino atinja o Rio São Francisco, responsável por 60% do abastecimento de água do Estado. As boias foram cedidas pela Petrobras e o trabalho de remoção do óleo tem sido feito por agentes estaduais e federais.
Além do São Francisco, maior rio totalmente brasileiro, a preocupação é que o óleo atinja os rios Vaza Barris, Sergipe, Japaratuba e Real.
Diretor-presidente da Administração Estadual do Meio Ambiente (Adema), Gilvan Dias disse que esse trabalho de contenção faz parte da decretação de emergência pelo governo do Estado. "Por conta do Plano de Emergência Individual, que é encaminhado para algumas empresas no sentido de que elas atendam às necessidades solicitadas, até amanhã (quarta-feira), 9, a Petrobrás estará providenciando barreiras absorventes (boias)."
Ele afirmou, ainda, que as ações de monitoramento no litoral continuam sendo executadas. "Estamos com quatro equipes trabalhando, duas no litoral sul e duas no litoral norte, que além do mapeamento das manchas nas praias, estão realizando um trabalho de educação ambiental com a população que vai encontrando nas áreas monitoradas, alertando-as para não manterem contato físico com a substância, além das equipes de retirada do material na faixa de areia", explicou Dias.
O governo federal afirma ter retirado, desde o dia 2 do mês passado, mais de 100 toneladas de óleo do litoral nordestino. Desse total, a maioria (cerca de 58 toneladas) foi recolhida no Sergipe.
Vazamentos levaram Sergipe a decretar estado de emergência
O governo de Sergipe decretou situação de emergência devido ao aumento de danos ambientais causado pelo óleo de origem desconhecida que vem tomando as praias do Nordeste do País desde setembro. Um gabinete de crise foi criado no Estado para acompanhar o caso.
Em Sergipe, as primeiras manchas de petróleo apareceram no dia 24 de setembro, segundo o governo do Estado. "A preocupação é que a situação vem se agravando com o aumento da quantidade de manchas, o que faz com que o governo tenha que definir novas ações", explica o governo de Sergipe. O governo informa que a Administração Estadual do Meio Ambiente (Adema) vem atuando com outros órgãos na limpeza da areia e na coleta de amostras de água para serem analisadas e enviadas também para a Marinha do Brasil, que ajuda no caso.
Balanço divulgado pelo Ibama na sexta-feira, 4, mostrava que chegou a 124 o número de localidades do Nordeste afetadas pelas manchas de óleo. Ainda de acordo com o Ibama, são 59 os municípios afetados, de oito Estados da região. Doze animais foram atingidos pela substância, sendo onze deles tartarugas marinhas, e oito deles morreram.