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Hemisfério norte tem concentração recorde de CO2 em abril

26 mai 2014 - 17h11
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As concentrações mensais de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera, causa do aquecimento global, superaram pela primeira vez, em abril, o limite de 400 partes por milhão (ppm) no hemisfério norte, anunciou nesta terça-feira a Organização Meteorológica Mundial (OMM).

Este limite é considerado "altamente simbólico no plano científico", informou esta agência da ONU em Genebra e o fato de que o "tenha cruzado demonstra mais uma vez, que a exploração de combustíveis fósseis é responsável, assim como outras atividades humanas, pelo aumento contínuo das concentrações de gás com efeito estufa que aquecem o nosso planeta".

Todas as estações de vigilância do Hemisfério Norte indicaram concentrações recorde de CO2 na atmosfera no ponto mais alto da temporada, que acontece no início da primavera boreal, antes que o gás seja absorvido pelo crescimento vegetal.

Em escala global, a concentração de CO2 na média anual deveria cruzar a barreira simbólica em 2015 ou 2016, acrescentou a OMM.

"Se quisermos preservar nosso planeta para as futuras gerações, é preciso agir urgentemente para reduzir as emissões deste gás que aprisiona o calor", declarou o secretário geral da OMM, Michel Jarraud, para o que "já não resta muito tempo".

O CO2 permanece na atmosfera por centenas de anos e sua duração nos oceanos é ainda maior. Ele é o principal gás de efeito estufa emitido pelas atividades humanas: contribui com o aumento do forçamento radiativo (nr: indicador utilizado para avaliar o conjunto de fatores que causam alterações climáticas) que induz o aquecimento global, a um nível de 85% na década 2002-2012.

Segundo o Boletim da OMM sobre o gás com efeito estufa, o nível de CO2 na atmosfera alcançou 393,1 partes por milhão em 2012, o que representa 41% a mais do registrado na era pré-industrial (278 partes por milhão).

Desde 2012, todas as estações de vigilância instaladas no Ártico registraram na primavera concentrações de CO2 superiores a 400 ppm na média anual, segundo dados recebidos das estações de vigilância da atmosfera global (VAG) situadas em Canadá, Estados Unidos, Noruega e Finlândia.

Constata-se hoje esta tendência em latitudes mais baixas: as estações de VAG situadas na Alemanha, em Cabo Verde, na Espanha (Tenerife), na Irlanda, no Japão e na Suíça destacaram todas concentrações médias mensais superiores a 400 ppm para março e abril.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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