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Ibama e PF fazem operação contra queimadas em Mato Grosso

Operação acontece na terra indígena Areões, local com maior número de focos de incêndio no Estado, de acordo com dados do Inpe

28 ago 2019 - 12h32
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CUIABÁ - Agentes do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Renováveis (Ibama) e da Polícia Federal (PF) deflagraram na manhã desta quarta-feira, 28, uma operação de combate a desmatamento e queimadas no Estado de Mato Grosso.

Denominada Siriema, a operação teve início na terra indígena Areões, na região leste do Estado, na divisa com Goiás. A área é habitada pelos povos Xavantes. Segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) essa é a área com maior número de focos de incêndio em Mato Grosso. Fontes oficiais afirmam, sem citar números, que o fogo já consumiu quase a totalidade da reserva, que tem 219 mil hectares.

Agentes do Ibama e da PF fazem operação contra desmatamento e queimadas em Mato Grosso; área indígnea no município de Nova Nazaré tem focos de queimada
Agentes do Ibama e da PF fazem operação contra desmatamento e queimadas em Mato Grosso; área indígnea no município de Nova Nazaré tem focos de queimada
Foto: Ibama/Divulgação / Estadão

Por telefone, o presidente da Federação dos Povos Indígenas de MT Fepoimt, o xavante Crisantô Rudzö, afirmou que essas operações devem ser acompanhadas com "todo cuidado" pela sociedade e povos indígenas. "Os xavantes estão cada vez mais cercados por fazendas e muitos estão de olho nas nossas terras indígenas", afirmou. Segundo ele, todos os anos acontecem queimadas, mas "este ano é uma situação atípica".

De acordo com a ONG Instituto Centro e Vida (ICV) o bioma amazônico foi queimado em 62%, o cerrado em 36% e o Pantanal com 2%. Ainda segundo a ONG, 60% das queimadas acontecem em imóveis rurais privados inscritos no Cadastro Ambiental Rural (CAR).

Segundo fontes oficiais, na operação Siriema, caminhões e tratores foram encontrados na reserva. Também, já derrubadas, foram encontradas toras de árvores como ipês e jatobás prontas para serem carregadas.

De acordo com alertas emitidos pela Plataforma de Monitoramento com Imagens Satélite Planet, entre os dias 13 a 17 de agosto, a área total de desmatamento, apontada em diversas propriedades, é de aproximadamente 1,5 mil hectares em Floresta Amazônica, só no município de Marcelândia.

Segundo a assessoria da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema) todos "os alertas de desmatamento pelo Satélite Planet foram confirmados, uma parte com sobrevoo e outra por via terrestre". Ainda segundo o órgão, a primeira fiscalização em campo baseada nestes dados resultou em multas de R$ 7,5 milhões.

Em 2019, as áreas que mais registram queimadas são: Colniza, com 9,9% do total. Em segundo lugar, está Aripuanã (5,6%). Depois, vem Feliz Natal (4,2%), Juara (2,8%), Rondolândia (2,7%), Nova Bandeirantes (2,7%), Apiacás (2,5%), Paranatinga (2,5%), União do Sul (2,5%) e Santa Carmem (2,4%).

Estadão
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