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Maduro cancela participação na Cúpula da Amazônia, em Belém

Presidente venezuelano não virá mais ao Brasil. Seria a segunda visita neste ano, após ter sido recebido em maio por Lula

8 ago 2023 - 07h56
(atualizado às 11h23)
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Presidente Nicolas Maduro durante um encontro com o presidente iraniano Rasi, no palácio presidencial da Miraflores
Presidente Nicolas Maduro durante um encontro com o presidente iraniano Rasi, no palácio presidencial da Miraflores
Foto: Reuters

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, cancelou a participação que faria na Cúpula da Amazônia, evento que discute a preservação da floresta e que tem início oficial nesta terça-feira, 8, em Belém, no Pará. Seria a segunda vez que Maduro estaria no País neste ano, após ter vindo ao Brasil no final de maio para encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O evento na capital paraense deve ter o pontapé inicial nesta terça com outros chefes de Estado.

Segundo o Itamaraty, a Venezuela será representada no encontro pela vice-presidente, Delcy Rodríguez. Maduro justificou que está com uma otite. Na segunda-feira, o presidente venezuelano suspendeu a agenda pública devido ao problema no ouvido. Segundo Maduro, a medida foi orientação médica.

Lula, que já está em Belém, aguarda nesta terça-feira os presidentes Luis Arce (Bolívia), Gustavo Petro (Colômbia), Irfaan Ali (Guiana) e Dina Boluarte (Peru), além de representantes enviados pelo Equador, Suriname, Venezuela e França (em razão da Guiana Francesa).

Entre esta terça e quarta-feira, 9, a agenda será pontuada por encontros bilaterais com países da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA). É esperada ainda a Declaração de Belém, que reunirá o compromisso dos oito países detentores da floresta para a preservação do bioma. No segundo dia, o encontro será aberto a convidados que não compõem a OTCA, como a República do Congo, a República Democrática do Congo, Indonésia e São Vicente e Granadinas.

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, afirmou nesta segunda-feira, 7, que, mesmo que a meta de desmatamento seja atingida, o mundo precisa interromper a emissão de gases por combustíveis fósseis, ou a Amazônia será prejudicada.

A declaração da ministra ocorreu durante a divulgação do balanço sobre o evento "Diálogos Amazônicos", que antecedeu a Cúpula da Amazônia. O petróleo tem sido um tema sensível para o governo devido à intenção da Petrobras de explorar o recurso na foz do Rio Amazonas. Ambientalistas se posicionam contra o projeto que, segundo eles, pode causar danos ambientais à floresta.

"Sabemos que temos de trabalhar num espaço multilaretal global. Mesmo que consigamos reduzir o desmatamento em 100%, se o mundo não parar com as emissões por combustível fóssil, vamos prejudicar a Amazônia de igual forma. Nossos presidentes têm essa clareza", afirmou Marina.

Estadão
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