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Ministra diz que, se houvesse mais gado no Pantanal, desastre das queimadas teria sido 'até menor'

Tereza Cristina afirma que 'o boi é o bombeiro do Pantanal' pois se alimenta do capim, que se torna um material 'altamente incendiário'

9 out 2020 - 16h52
(atualizado às 16h59)
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A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, afirmou que, se houve uma presença maior de gado no Pantanal, o desastre ambiental causado pelas queimadas na região poderia ser "até menor". Em audiência pública na comissão do Senado que acompanha a os incêndios no bioma nesta sexta-feira, 9, a ministra disse que "o boi é o bombeiro do Pantanal" pois se alimenta do capim, que se torna um material "altamente incendiário".

"Eu falo uma coisa que às vezes as pessoas criticam, mas o boi ajuda, ele é o bombeiro do Pantanal, porque é ele que come aquela massa do capim. É ele que come essa massa para não deixar que ocorra o que neste ano nós tivemos. Com a seca, a água do subsolo também baixou em seus níveis. Essa massa virou o quê? Um material altamente combustível, incendiário. Aconteceu um desastre porque nós tínhamos muita matéria orgânica seca, e, talvez, se nós tivéssemos um pouco mais de gado no Pantanal, teria sido um desastre até menor."

Aos senadores, a ministra afirmou que é preciso achar as causas dos incêndios e "atacá-las", mas que "tem medo de criarmos muitas medidas num momento difícil como este". Ela disse que, "se Deus quiser", as chuvas previstas para o final de semana devem aliviar a intensidade das queimadas, mas que é preciso "estar preparados para o que agora".

De acordo com dados do Programa Queimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), entre 1º de janeiro e 30 de setembro, o total de pontos de fogo no Pantanal - 18.259 - já supera em 82% o total de queimadas observado ao longo de todo o ano passado no bioma (10.025). E é o maior valor observado para o período de um ano desde o início dos registros do Inpe, em 1998. O maior valor até então era o de 2005, com 12.536 focos para 12 meses

Conselho da Amazônia

A comissão quer apoio do presidente Jair Bolsonaro para incluir o bioma Pantanal nas atribuições do Conselho Nacional da Amazônia Legal até 2025. A sugestão foi aprovada oficialmente nesta sexta. O mesmo pedido já havia sido enviado pelo Senado ao Executivo em agosto, mas não foi atendido. A intenção agora é apresentar a demanda pessoalmente ao chefe do Executivo nas próximas semanas.

Para a senadora senadora Simone Tebet (MDB-MS), autora da proposta, a inclusão representará "o verdadeiro compromisso do governo federal". Segundo ela, a medida seria uma forma de garantia ações de prevenção e combate a incêndios. A ministra disse não ver problemas na sugestão, mas afirmou que a questão também precisa ser discutida com o vice-presidente Hamilton Mourão, que comanda o Conselho da Amazônia Legal.

Estadão
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