A vazão de importantes rios do País (como o Tocantins) e o abastecimento de lençóis freáticos, responsáveis pelo fornecimento de água potável para a população, poderão ser comprometidos se a temperatura subir até 6 ºC nas próximas décadas e o volume de chuvas diminuir, conforme cenário do primeiro relatório de avaliação elaborado pelo Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas (PBMC), divulgado nesta segunda-feira em São Paulo.
O documento, que considera que os níveis de emissões de gases causadores de efeito estufa permaneçam altos, alerta que a agricultura e o setor de energia do Brasil poderão ser fortemente impactados, sob risco de queda brusca do Produto Interno Bruto (PIB) e constantes crises que envolvem o abastecimento energético e de segurança alimentar.
Dividido em três volumes, o documento feito por 350 cientistas de diversas instituições conta com dados coletados com a ajuda do Modelo Brasileiro do Sistema Terrestre, primeiro sistema nacional de simulação do clima global, que incluiu características detalhadas do Brasil e do continente sul-americano neste tipo de modelagem.
Os cientistas afirmam que o relatório não representa "o fim do mundo”. No entanto, advertem que, se a situação atual de emissões de gases permanecer e nada for feito pelo governo para prevenir eventos naturais extremos, a situação pode se agravar.
Perda de produtividade
Estudos utilizados pelo painel brasileiro para elaborar o relatório de avaliação apontam que as mudanças climáticas reduzirão a produtividade de quase todas as culturas agrícolas existentes no País atualmente. A previsão de perdas econômicas causadas por geadas e secas na agricultura gira em torno de R$ 7 bilhões anuais até 2020.
Previsões científicas apontam que, se nada mudar no cenário de emissões, nos próximos sete anos o plantio de soja perderia 20% de sua produtividade e 24% até 2050. Até este mesmo ano, a área plantada de arroz no Brasil pode retroceder 7,5%, a de milho 16% e o cultivo de algodão pode decrescer 4,7%. A safra de laranja também poderá ser prejudicada por doenças prejudiciais ao fruto.
Até animais vivos em chaveiros: veja danos do homem ao meio ambiente
Mulher posa com tartarugas carregadas vivas em pequenos sacos plásticos que comprou em Pequim. Cada bolsa dessas, preenchida com oxigênio e um líquido nutritivo, pode manter o animal alimentado durante dois meses
Foto: Reuters
Na China, chaveiros com animais vivos são vendidos ao ar livre. Os chineses acreditam que esse tipo de acessório funciona como um "amuleto da sorte"
Foto: AP
Até tartarugas do Brasil são encontradas nos chaveiros. Cada bolsa dessas, preenchida com oxigênio e um líquido nutritivo, pode manter o animal alimentado durante dois meses
Foto: AP
Peixes, tartarugas e salamandras são dispostas para venda em distrito de compras na capital chinesa. Não há nenhuma lei que proíba a prática
Foto: AP
Grupos de ativistas tentam impedir a prática, que se utiliza de uma brecha na legislação - a lei abrange apenas animais selvagens nativos da China
Foto: Reprodução
No Canadá, a caça às focas é uma das práticas que mais sofrem protesto de ativistas
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Uma das espécies mais ameaçadas de extinção no planeta, o tigre sofre com a caça e a perda de habitat. Estudo indica que mais de mil partes desses animais - cabeças, ossos, pele e outros - foram apreendidos na última década na Ásia. A maior rota de tráfico é entre a Índia e China (onde são vendidos como alimento e na medicina tradicional)
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A caça ocorre na primavera do hemisfério norte, quando os animais migram da Groenlândia para a costa do país para dar à luz. A foca harpa (Pagophilus groenlandicus), apesar de não sofrer risco iminente de extinção, está na Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, na sigla em inglês)
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Em 2010, o governo autorizou a caça de 380 mil focas. A União Europeia e os Estados Unidos proíbem a venda de produtos de foca, e a Rússia vetou a caça desses animais
Foto: AFP
Este tubarão-baleia de 6 metros e 3 toneladas foi vítima de pescadores na China
Foto: Reuters
O animal morreu ao ficar preso em uma rede de pesca
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Segundo a organização WWF, o tubarão-baleia é um animal gentil e que corre risco de extinção por causa da pesca comercial
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Imagens divulgadas no dia 22 de fevereiro de 2012 mostram uma fazenda na China onde os ursos são mantidos em cativeiro para a retirada da bile
Foto: AFP
A bile do urso é muito usada pela milenar medicina chinesa para tratar problemas no fígado
Foto: AFP
Os ursos ficam presos em pequenas jaulas
Foto: AFP
A onça-parda Anhanguera foi atropelada na rodovia de mesmo nome em setembro de 2009
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O animal se recuperou totalmente e, no início de 2011, passava por processo de readaptação à natureza
Foto: Divulgação
Não será possível soltar o animal nas proximidades do local onde foi capturado porque aquela área sofreu intensas modificações com a urbanização
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A onça-parda (Puma concolor) é também chamada de puma e suçuarana, entre outros nomes
Foto: Divulgação
O puma também aparece na Lista Vermelha de Animais Ameaçados de Extinção da IUCN
Foto: Divulgação
Dois rinocerontes tiveram seus chifres removidos no Kragga Kama Game Park, em Port Elizabeth, na África do Sul
Foto: Barcroft Media / Getty Images
Apesar de parecer ruim, a medida foi necessária para salvar a vida dos rinocerontes
Foto: Barcroft Media / Getty Images
Os chifres foram removidos para impedir que os animais continuem sendo alvo de caçadores
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Os efeitos da remoção do chifre na vida dos rinocerontes são incertos, mas donos de reservas veem isso como a única forma de impedir a matança
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Pelo menos 71 rinocerontes já morreram por causa da caça ilegal na África do Sul só neste ano
Foto: Barcroft Media / Getty Images
Foi utilizada uma serra elétrica no procedimento de remoção dos chifres
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Em 2010, 333 rinocerontes foram mortos por caçadores ilegais
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O procedimento de remoção não causa dor aos animais, pois o corte é feito alto o suficiente para não prejudicar nenhum nervo
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Os rinocerontes recebem chips, que são colocados no topo do chifre cortado
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O chip permite que os proprietários da reserva possam encontrar os rinocerontes em seus 250 hectares de terra
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A equipe utilizou tranquilizantes para acalmar os rinocerontes, duas fêmea de 12 e 4 anos de idade
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Os chifres dos rinocerontes são vendidos no mercado negro e utilizados como ornamento para algumas culturas e para uso medicinal
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Os rinocerontes habitam as savanas e florestas tropicais da África e Ásia
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Filipinas - Um peixe morto é visto boiando nas águas da baía de Manila, em Taguig
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China - Um homem enche um recipiente com água de um canal poluído em Beijing
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Vietnã - Mulher remove lixo de um rio poluído em Hanói
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Iraque - Garotos se reúnem em uma ponte sob um canal poluído na cidade de Basra
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China - Homem toma banho de Sol em praia poluída de Qingdao
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Rio de Janeiro - Homem tenta pescar siris nas águas da baía da Guanabara
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Golfo do México - Navios conduzem incêndios controlados em manchas de óleo, em 2010
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Estados Unidos - Plantas ficam cobertas de óleo em pântano da Louisiana
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Indonésia - Crianças brincam em rio em Jacarta
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África do Sul - Crianças jogam resíduos em canal da Cidade do Cabo