Polícia Ambiental resgata filhotes de lobo-guará em canavial
Animais recém-nascidos estavam em uma espécie de ninho, em meio à plantação de cana-de-açúcar em Itajobi
SOROCABA - Três filhotes de lobo-guará, animal considerado raro na natureza, foram resgatados pela Polícia Ambiental em um canavial de Itajobi, no interior de São Paulo. Os animais recém-nascidos estavam em uma espécie de ninho, em meio à plantação de cana-de-açúcar, mas não foi detectada a presença de animais adultos na área. Os filhotes foram recolhidos e levados para uma clínica veterinária particular. A Ambiental foi acionada no sábado, 29, mas o resgate foi divulgado nesta segunda-feira, 1º.
Conforme a Ambiental, a ninhada foi encontrada pelo funcionário de uma usina de açúcar e álcool, durante inspeção ao canavial. Quando os policiais chegaram, encontraram três filhotinhos vivos e um já morto. Ainda não se sabe o que aconteceu com a mãe dos animaizinhos, já que a espécie, na natureza, não costuma abandonar suas crias. Conforme a polícia, os pequenos lobos-guarás serão tratados na clínica até adquirirem condições de serem soltos na natureza.
Passeio
Na madrugada desta segunda, policiais militares flagraram um lobo-guará caminhando pelas ruas de Osvaldo Cruz, cidade do oeste paulista, distante 270 quilômetros de Itajobi. O animal solitário passou pelo centro da cidade e enveredou pela linha férrea, seguindo para uma área rural. Os policiais acompanharam o passeio do lobo sem interferir, até que ele deixasse a área urbana.
Apesar de não ser considerado em risco de extinção pela União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN), o lobo-guará é listado como espécie vulnerável pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). No Estado de São Paulo, a espécie está ameaçada pela destruição do Cerrado para a ampliação da agricultura.
Biólogos afirmam que, como a onça-parda, o lobo-guará também se adaptou aos canaviais que recobrem grande parte do interior paulista. As fêmeas produzem ninhadas de 2 a 5 filhotes, mas podem ficar até dois anos sem se reproduzirem.