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Polícia exige esvaziamento de represa em fazenda de Gusttavo Lima

Estrutura teve aumento nas trincas e infiltrações

21 mai 2019 - 14h16
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GOIÂNIA - Sob ameaça de rompimento, uma represa em uma fazenda do cantor sertanejo Gusttavo Lima, entre as cidades de Bela Vista de Goiás e Caldazinha, na região metropolitana de Goiânia, está sendo esvaziada às pressas. O local funciona como lago para passeios de jet ski.

Nesta segunda-feira, 20, a Delegacia Estadual do Meio Ambiente de Goiás (Dema) deu três dias para que o volume caia para um metro. Para isso, é necessário o esgotamento de três metros de água do reservatório, que possuía cinco metros - um metro já havia sido escoado nos últimos dias.

Gusttavo Lima
Gusttavo Lima
Foto: Instagram / @gusttavolima / Estadão

O delegado titular da Dema, Luziano de Carvalho, esteve na represa com membros do Ministério Público, representantes do cantor, Corpo de Bombeiros e peritos na segunda. Ele decidiu exigir que o esgotamento, que vinha sendo realizado por empresa contratada pela fazenda, fosse acelerado por causa do aumento das trincas e infiltrações na estrutura.

O rompimento poderia afetar seis famílias e uma importante rodovia estadual, a GO-020. Mas como não há projeto de licenciamento para o reservatório, disse Carvalho, é impossível saber a "mancha de inundação" em caso de colapso.

Na sexta-feira, 17, as famílias receberam comunicados da empresa contratada pelo artista. "Fomos avisados que, se algo acontecer, se a represa romper, seremos indenizados, haverá hotel reservado, alimentação", disse o gerente farmacêutico Luizmar Cardoso, de 62 anos. Ele possui uma chácara com um criatório de peixes, a 1,5 quilômetro do reservatório da Vargem Grande, há dez anos.

De 2018 para cá, conta Cardoso, a represa foi esgotada uma vez, causando o assoreamento de uma área próxima. "A água entrou no sítio e até que passou e esgotou rápido, mas o meio ambiente sofreu."

Autuação

Lima foi autuado em 2018 pela falta do licenciamento da represa após vistoria em outubro do ano anterior. A Dema identificou que, mesmo tendo dado entrada no processo de licença após ser autuado, não havia medidas urgentes sendo cumpridas.

Um dos problemas, segundo o delegado, é a inexistência da chamada descarga de fundo, ou extravasor, um meio para esgotar a represa em caso de risco.

O cantor comprou o imóvel em setembro de 2017, já sabendo que a barragem do Córrego Olaria, construída havia mais de 25 anos, não havia sido licenciada pelos proprietários anteriores, informou a assessoria do cantor.

Segundo a equipe do artista, o cantor não foi notificado, mas o prazo de três dias é o mesmo previsto pela empresa contratada para fazer o serviço. Em nota, a assessoria ainda listou tentativas de licenciamento do reservatório, que tiveram início em dezembro de 2017, um mês depois da vistoria da Dema.

Conforme a assessoria, por causa de demora "burocrática" para o licenciamento, foram iniciadas obras de "estabilização e consequente aumento da vida útil" do lago em 2018, o que levou ao auto de infração e embargo em janeiro do ano passado.

Depois disso, o cantor entrou em contato com empresa que emitiu laudo técnico alertando para o risco de rompimento e pedindo autorização dos órgãos ambientais para obras emergenciais. Segundo a nota, "o risco para população e meio-ambiente está controlado".

Estadão
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