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Proteção às baleias na Bahia ajuda animais a se espalharem por SP e SC

Animais, primeiro, começaram a se concentrar no norte do Espírito Santo e no Sul da Bahia. Mas, conforme a população foi crescendo, eles se espalharam para outras regiões

15 mai 2022 - 05h10
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Olha a baleia! É a palavra de ordem a bordo das embarcações turísticas que partem de Caravelas para vasculhar a região de Abrolhos atrás dos grandes cetáceos que todos os anos migram dos arredores da Antártida para passar o período reprodutivo nas águas quentes da Bahia. O pico da estação para avistar as baleias é julho e agosto, mas elas passam de quatro a cinco meses vivendo pelo litoral brasileiro. Este ano, por exemplo, já estão na área e foram vistas até em Ilhabela, em São Paulo.

O fato de a população de baleias ter crescido bastante em duas décadas faz do sul da Bahia um porto seguro para interessados em ver as grandes jubartes no mar - que chegam a pesar 40 toneladas. "A nossa preocupação é sempre com um turismo sustentável e fazer com que os visitantes conheçam lugares interessantes desse paraíso", afirma Donizete Silvestre, da Scuba Turismo. O ex-pescador, na verdade conhecido apenas como Za, também é mergulhador certificado e, agora, empresário.

Os animais, primeiro, começaram a se concentrar no norte do Espírito Santo e no Sul da Bahia. Mas, conforme a população foi crescendo, eles se espalharam para São Paulo e Santa Catarina também.

"O parcel das paredes, uma das áreas que permitem mergulhos muito bons, é como a rua de casa", brinca Za, filho de uma tradicional família de pescadores artesanais na Bahia. Para ele, não há dúvida de que a vocação de Caravelas, e muito por causa do ressurgimento das baleias, é o turismo, tanto de observação dos cetáceos quanto subaquático, e a pesca artesanal. "Muitas pessoas hoje vivem do turismo na região, mas associar a atividade com a pesca sustentável é perfeitamente possível", ensina o representante local.

A solução ambiental para Caravelas e os municípios vizinhos precisa envolver a segurança e o bem-estar das estrelas da festa, as baleias. A proibição da caça nos anos 1980 foi decisiva para a retomada.

Assim como todo o debate ambiental suscitado desde a criação do Parque Nacional Marinho de Abrolhos, em 1983, o primeiro desse tipo no Brasil. "A bandeira em Abrolhos continua sendo a ampliação do parque, porque apenas 2% de todo o banco de corais está na área de proteção integral. É muito pouco, não só para as baleias, mas para pesca e para as outras atividades. Seria muito importante que ocorresse a ampliação", afirma Eduardo Camargo. O engenheiro apaixonado pelas baleias mora perto de Abrolhos e coordena o Projeto Baleia Jubarte, criado em 1988.

Crescimento

No caso específico das baleias jubartes, não há dúvidas de que as populações estão saudáveis, mas todo o cuidado é pouco. Os números compilados pelo projeto sustentam facilmente essa tese, afirma Camargo. "Ainda tem muita espécie que precisa se recuperar, mas, no caso da jubarte, por exemplo, os registros são bastante consolidados. No início do século, a população brasileira da espécie era de no máximo 2 mil exemplares. Hoje estamos ao redor dos 25 mil", afirma.

Estadão
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