Safra da cana aponta para crise do setor sucroenergético
O mercado está trabalhando com a estimativa que vai de 520 milhões a 540 milhões de toneladas para a safra de cana de 2012/2013 no Centro Sul (nesta safra, o volume se situa em torno de 490 milhões de toneladas), afirma o gestor de riscos e diretor da Archer Consulting Arnaldo Corrêa.
O mercado de açúcar vem apresentando quedas consecutivas. O açúcar está entre as commodities agrícolas com pior desempenho este ano, com uma queda de 16%, juntamente com desempenhos ruins de algodão, com 31,4% e farelo de soja, com 16,9% de queda.
Nos últimos três anos, a média anual de crescimento do consumo de combustíveis no Brasil foi de 7,39%. Nos últimos doze meses, cresceu 3,83% - quase 1,7 bilhão de litros no total, divididos num aumento de 3,6 bilhões de litros de gasolina A (pura, sem anidro) e diminuição do etanol em 1,9 bilhão de litros. A previsão é terminar 2011 com um consumo total de combustível de 46,2 bilhões de litros, acréscimo de apenas 2,86% em relação à 2010.
Segundo estudos da Archer Consulting, imaginando um cenário factível que combinasse a mistura de anidro na gasolina em 18%, o crescimento da venda de veículos leves em 2% ao ano e a escolha por etanol por parte dos proprietários de carros flex e, conservadoramente, 55%, o Brasil chegaria à safra 2019/2020 com uma necessidade de moagem beirando 900 milhões de toneladas. "Para alcançar esse patamar, o setor precisaria alocar investimentos de US$ 45 bilhões na construção de pelo menos 40 usinas em oito anos", afirma Corrêa.