Temperatura bate 34ºC dentro de sala de aula na Zona Norte do Rio
Quase metade das salas de aula das redes públicas no Rio não tem climatização, segundo Censo Escolar.
A temperatura bateu 34,3ºC dentro de uma sala de aula da escola municipal Uruguai, em São Cristóvão, Zona Norte do Rio, nesta sexta-feira, 17. O estado está na lista de alerta para a intensa onda de calor anunciada pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), que começou no início da semana (13).
O número foi flagrado durante uma fiscalização feita pela vereadora Luciana Boiteux (PSOL) e pelo deputado federal Tarcísio Motta (PSOL) nas escolas da capital. Pelas redes sociais, ambos têm divulgado os resultados de como tem sido e denunciando a falta de climatização dentro de um ambiente de aprendizagem.
Durante a fiscalização, os parlamentares encontraram ainda salas de aula sem ar-condicionado e ventiladores em estado precário. Segundo dados do Censo Escolar de 2022, compartilhados pelo jornal O Globo, a escola Uruguai utiliza 13 salas, mas nenhuma delas é climatizada.
O Terra procurou a secretaria municipal de Educação do Rio, mas não obteve resposta.
Calor nas salas de aula
Nesta semana o Rio teve o dia mais quente do ano, com 40,6ºC. A temperatura foi registrada na estação da Marambaia, segundo o Inmet. Com o calorão, ficar em sala de aula tem sido um verdadeiro desafio: quase metade das salas de aula da rede pública do estado não tem climatização, segundo dados do Censo Escolar do governo federal.
Já as que têm, enfrentam outra dificuldade: os aparelhos não funcionam. Ao O Globo, a Secretaria de Estado de Educação do Rio disse que equipou 983 unidades em 2022 com 24 mil aparelhos de ar-condicionado. Porém, admite que 81 unidades seguem sem, em função de adequação de carga elétrica junto às concessionárias e que está em contato com a EMOP e ENEL para solucionar o problema.
Na terça-feira, o vereador Paulo Pinheiro (PSOL) foi à Escola municipal José de Alencar, em Laranjeiras, Zona Sul do Rio, e não encontrou os aparelhos ar-condicionados em funcionamento, que foram adquiridos há anos, pois a instalação elétrica da unidade não suporta.
“Os alunos da Escola Senador Corrêa foram transferidos para um anexo na Escola José Alencar. Nas 14 salas da unidade tem ar-condicionado split que não funcionam, há 10 anos”, conta. “É um problema na rede elétrica, em que vários grupos foram e tentaram resolver, mas não conseguiram, a rede não aguenta quando ligam. Nas oito salas do anexo, não tem ar-condicionado. Algumas têm ventilador, mas, ainda assim, (a rede) não aguenta, e desliga”.
Nos comentários da campanha feita pelo Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação do Estado do Rio de Janeiro, “Climatização já!”, diversos pais, alunos e funcionários reclamam da situação dentro das escolas.
“Insuportável! Minha escola é da Rede Municipal de Volta Redonda, fico com pena dos alunos e de nós que trabalhamos lá”, escreveu uma internauta.
“Colégio Getúlio Vargas tá surreal de quente. Dois ventiladores por sala que, na maioria dos casos, nem gira. Alunos e professores passando mal. Ninguém raciocina, leciona num ambiente insalubre assim”, denunciou outra.