Diário
de Bordo
Segunda-feira,
3 de outubro
As
baleias são lindas, mas o enjôo...
Cristina
Bodas e Rogério Lorenzoni (fotos), direto de Abrolhos
Hoje
de manhã, quando o barco do Instituto Baleia Jubarte saiu de Caravelas
(BA) e ainda estava navegando no canal que contorna a cidade, perguntei
a alguém da expedição se o balanço seria muito
mais intenso do que o que estava acontecendo naquele momento. A resposta:
"umas 15 vezes pior". Uma hora mais tarde, eu, o fotógrafo
e mais algumas pessoas da embarcação já sentíamos
a realidade da frase. De nada adiantou tomar remédio para enjôo.
Entre uma crise e outra de ânsia, a única coisa que nos fazia
sentir um pouco melhores era deitar ao ar livre. Ficar em pé era
impossível. Comer, nem pensar. Os veteranos dizem que isso só
acontece no primeiro dia. Espero!
Mas,
se for necessário, passo tudo de novo para repetir uma das cenas mais lindas
que já vi: uma mamãe baleia nadando com seu filhote. Na verdade,
não deu pra ver muita coisa além da parte dorsal das jubartes porque
elas estavam a uns 150 metros do barco. Mas acompanhar aquele animal maior do
que o barco passeando pelas águas verdes de Abrolhos nos fez esquecer por
alguns instantes de qualquer enjôo ou ansiedade.
No
fim da tarde o barco ancorou na enseada da Ilha de Santa Bárbara, controlada
pela Marinha, somente para enviarmos matéria e as fotos via e-mail - dormimos
sempre no barco. Apenas sete militares com suas famílias e cinco pesquisadores
do Projeto Baleia Jubarte moram nessa única ilha habitada do arquipélago,
onde está instalado há 140 anos o Farol de Abrolhos. Mesmo em terra,
minha cabeça ainda parece estar balançando com o barco. É
hora de voltar!
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