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Diário da expedição - De Bulawayo a Masvingo 18 de junho

Os Shonas, o grupo racial mais numeroso

Pelo caminho, gente que vai e vem pela beira. Sempre tem gente de um lado ao outro, que fica olhando o nosso passo. Acampar livremente desperta uma grande atração, mas aqui, na África, não é uma boa idéia. Cedo ou tarde o mais provável é que um búfalo bata de frente na sua barraca.

Ontem saímos de Bulawayo, que é a segunda cidade mais importante do Zimbábue, depois da capital Harare. Ali detivemo-nos só um momento para repousar. Aproveitamos a parada para entrar na barraca e dar uma olhada. Nossa pele branca atrai a curiosidade das pessoas que olham para a gente e, na maioria das vezes, também, sorri para nós. A população branca neste país é de apenas 5 %. É por isso que até agora não temos visto nenhum Zimbabuês branco.

Partimos com destino a Masvingo, onde visitaremos as ruínas da Grande Zimbábue. Vários povoados, de palhoças com pontas agudas, quebram a monotonia de uma paisagem sulcada por caminhos de terra vermelha. Estas terras estão habitadas, na sua maioria pelos shonas, o grupo racial mais numeroso no Zimbábue, e também o mais antigo. Agrupam-se em pequenos assentamentos, dedicados ao cultivo do milho, o Kefir (espécie de leite fermentado artificialmente) e à pecuária.

Pelo caminho, tem gente que vai e vem pela beira da estrada. Sempre tem pessoas de um lado a outro, que ficam nos olhando passar. Como sempre viemos fazendo durante nossa rota, paramos para dormir num acampamento onde montamos as barracas e tendas. Acampar ao ar livre é uma grande atração, mas na África não é uma boa idéia. Cedo ou tarde o mais provável é que um búfalo bata de frente na sua barraca.

A noite cai logo e com ela chega a magia do céu estrelado. Também algo que não tínhamos previsto: o frio. É só o sol se por que a temperatura desce bruscamente. Certamente muito mais do que relatam nos guias de viagem.

Já faltam poucos dias para o eclipse, por isso temos que começar a comprovar e verificar os equipamentos que serão utilizados para a observação e a realização da experiência relativista. Com os telescópios montados começamos a explorar o firmamento: a ausência de lua concede à Via Láctea um protagonismo absoluto. Observamos Marte e alguns objetos como cúmulos de estrelas ou nebulosas. Na maioria das vezes é difícil assimilar a magnitude e a gente se sente menor do que nunca. Assim finaliza outro dia mais na África.

Sofía Aymat

Fotos
Artesanato Shona
Foto: Sofía Aymat

Mulher vendendo artesanato
Foto: Sofía Aymat
   
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